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Mário Cravo reclama de desatenção com as 800 esculturas de Pituaçu


Mário Cravo reclama de desatenção com as 800 esculturas de Pituaçu

Durante 20 anos os visitantes que escolheram o Parque Metropolitano de Pituaçu como lazer, tiveram a oportunidade de apreciar as 800 esculturas de artes do artista plástico Mário Cravo, incluindo esculturas, desenhos, pinturas, gravuras de várias técnicas e fases. Mas, ultimamente o local tem se transformado em um canteiro de obras, provocando uma confusão visual.

Iniciada há cerca de três meses, as obras de revitalização do Parque - executadas pela Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder), cujo investimento do governo do estado foi de R$ 14 milhões - trouxeram mudanças para a Fundação. Segundo Mário Cravo, o transtorno já começa no momento em que as obras iniciaram sem o seu consentimento.

“Esta foi uma obra em que fomos pegos de surpresa. Uma série de intervenções sem meu apoio e consentimento. Há materiais das obras amontoados por toda parte e até sob as esculturas. Posso está enganado, mas ainda acredito que esse descaso cometido por servidores de menores escalões não são de conhecimento do governador Jaques Wagner”, explicou o artista, afirmando ainda ter solicitado uma audiência há cerca de 50 dias com o governador para tratar da situação na qual ele enxerga como preocupante e delicada.

Além das esculturas, outra situação preocupa Mário Cravo. De acordo com o artista, 20 funcionários disponibilizados pela Conder foram demitidos numa decisão unilateral. A partir de então, ele afirma que a Fundação vem enfrentando, uma fase difícil, desde que em abril de 2014 todos os funcionários foram desligados.

Estes eram responsáveis pela preservação das esculturas, e desde 2005 realizavam a atividade no local, quando a Fundação Mario Cravo firmou contrato de Comodato com a Conder, possibilitando entre outras coisas, a que o órgão disponibilizasse material de consumo para a preservação das mesmas.

“A manutenção e restauro das esculturas, sob minha orientação direta, servem ao aprendizado de pessoas realmente interessadas e preparadas para este fim. Os materiais de consumo necessários para tal atividade, conforme contrato de comodato valido até 2015 e firmado entre a Fundação Mario Cravo que é responsável por também promover a utilidade pública de sua sede - o Espaço Mario Cravo-Parque das Esculturas - é da Conder. Este órgão é responsável por ceder tais materiais, mas não tem feito”, contou Mário Cravo.

Ainda com tantos percalços, o artista plástico avisa que continuará dando andamento a Fundação, cujo objetivo da mesma tem de formar baianos apreciadores de artes plásticas, promovendo o saber e cultura, assim como especializar jovens sem condições de acesso ao ensino formal, tanto nas Belas Artes quanto no restauro de esculturas, atividade na qual exerce gratuitamente há vinte anos no local: “Continuarei exercendo meu papel junto à coletividade, ampliando o saber e cultura e atendendo baianos e estrangeiros”.

Com o fim das obras de revitalização do Parque de Pituaçu, Mario Cravo espera que os objetos de arte retornem aos locais de origem, formando o circuito expositivo a céu aberto, com função de arte em total harmonia com a natureza para a utilização numa relação raríssima no Brasil de integração da arte e natureza, com experiência direta e vivência no local para crianças, jovens e pessoas de idade: “É o que continuará fazendo a Fundação Mario Cravo, assim como prosseguirá oferecendo oficinas livre de arte, palestras, exposições na galeria, incentivo a leitura, a pesquisa, o ensino das artes plásticas  e preservação de esculturas”, completou.

Quanto ao estado de conservação das esculturas, estado esse no qual a população enxerga como desgaste, Mário afirma que a idade das obras de artes faz parte da beleza natural das mesmas: “Faz parte do meu projeto homem arte e natureza, essa inteiração didática. Testes de materiais para resistir à erosão que servirá para nós e estrangeiros, refiro-me a materiais que mais resistem ao tempo, não só para nosso caso, mas para ser usado como uma linguagem. Isso as não entendem, ao ver uma escultura “aparentemente” maltratada, na verdade, elas estão numa experiência do laboratório da própria vida, pois venho usando restos industriais ao longo da vida, renovando-os, ressuscitando-os e transformado sucata que poderia poluir a natureza, em obra de arte”, concluiu.

Autor postado em 28/07/2014


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