Hospital baiano com padrão de unidade particular é aberto

Uma das principais unidades de saúde do estado, realizando aproximadamente 300 atendimentos/dia, o Hospital Geral do Estado (HGE) ganhou um importante reforço para suas operações. Contando com 161 leitos, 11 salas cirúrgicas e aparelhagem moderna, o HGE2 – que, apesar do nome, não é um novo hospital, mais sim uma extensão da mesma unidade de saúde –, foi oficialmente inaugurado na manhã de ontem (26), e já começa a funcionar a partir de hoje.
De acordo com o governador Rui Costa, a expansão da unidade torna o HGE comparável aos melhores hospitais do país. “Esse hospital passa a ter padrão de qualidade equiparável a qualquer outro hospital brasileiro, inclusive os particulares”. Com a entrega do complexo integrado, se prevê agora uma modernização na estrutura do HGE1, cujo planejamento está a cargo da diretoria do hospital.
A reforma terá início com a transferência da unidade de queimados de forma definitiva para a nova estrutura, e logo depois será feita a transferência da enfermaria de pediatria, reabrindo o HGE1 com novas estruturas. O objetivo é que os dois prédios tenham o mesmo padrão de estrutura moderna, mas, segundo o governador, isso será feito internamente, ala por ala, buscando não interferir no funcionamento do hospital. O prazo para a modernização será de aproximadamente dois anos.
ESTRUTURA
Erguido a partir de um investimento de R$ 90 milhões, a nova área, segundo o secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Bôas, deverá ajudar a desafogar o HGE1, pois possibilita ampliar a assistência com a abertura de novos leitos. “Teremos maior capacidade para atender pacientes com traumatismo craniano e raquimedular que são duas condições em que o tempo de espera impacta muito no prognóstico”, observou.
Para se ter uma ideia da expansão, o HGE1 possui 12.000 metros quadrados, e tem sete pavimentos. A nova área possui 14.000 metros quadrados, oito pavimentos, e contará com 40 leitos de UTI adulta; 8 leitos de UTI pediátrica, 4 para UTI de queimados; 34 leitos de unidade intermediária (semi-intensiva), outros 34 para enfermaria pediátrica, e mais 28 para enfermaria adulto.
No centro cirúrgico geral são 9 salas, mais uma sala do centro cirúrgico para transplantes, outra para queimados, e mais 13 leitos no centro de recuperação pós-anestésica. Na nova área também atuarão 1.100 profissionais que se somam os outros 3.000 funcionários que já trabalham no HGE.
O anexo também será referência nas especialidades de cirurgia geral, traumato-ortopedia, cirurgia oftalmológica (proveniente de trauma), cirurgia plástica reparadora, cirurgia torácica, buco-maxilo facial e de coluna.
CIRURGIAS
Ainda em relação a este tipo de procedimento médico, o centro cirúrgico do HGE2 ocupa um andar inteiro, e, segundo a Sesab, possui equipamentos de última geração, como foco cirúrgico com tecnologia LED, e controle individual de temperatura, que, até então, só eram encontrados no país, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
De acordo com o diretor-médico da unidade, Jorge Matheus, a grande diferença entre este novo centro é a possibilidade agora de dar vazão às cirurgias, após o primeiro tempo. “Hoje você tem paciente no HGE aguardando cirurgia, por vezes, suspendendo sete a oito vezes o procedimento por falta de vaga no centro cirúrgico porque as emergências não param de chegar”.
Será possível também diminuir o tempo de internamento, rodando mais leito, e conseguindo atender mais a população. “Assim, o HGE2 junto ao HGE1 se torna autossuficiente, onde a gente resolve nosso próprio problema, sem contar com regulação para ir a qualquer outro hospital. Logo, para todo paciente que chegar ao HGE, mais de 90% será resolvido dentro do HGE”, enfatizou o diretor-médico da unidade.
As cirurgias de emergência (primeiro tempo) continuarão a acontecer no HGE1, e, se houver a necessidade de um novo procedimento com mais complexidade (segundo tempo), este será realizado no anexo recém-entregue.
Segundo Jorge Matheus, a fila para cirurgias de segundo tempo do HGE atualmente é de 30 a 40 pacientes. A expectativa é zerar a fila em, no máximo, dois meses, e, se possível extingui-la definitivamente.
Salas para transplantes
Outra novidade a ser incorporada ao HGE2 e uma sala exclusiva para a realização de transplantes, tanto para a captação de órgãos, quanto para o transplante em si. Atualmente, a unidade estadual é o hospital com maior potencial de captação de órgãos, em função do perfil de vítimas de morte cerebral decorrentes de traumas. A nova sala ajuda a dar mais agilidade ao processo de captação de órgãos, sem a necessidade de aguardar vaga no centro cirúrgico geral.
De acordo com o diretor do HGE, André Luciano Andrade, quando havia uma ocorrência de morte cerebral na unidade, era comum se fazer o procedimento de transplante em outro hospital devido a todas as salas de cirurgias estarem ocupadas.
“Por serem sete salas, às vezes, não havia esse possibilidade de realizar o procedimento, já que tenho que dar preferência para os que estão vivos. Não que a captação não seja necessária para que outras pessoas continuem vivendo, mas, por se sete salas, nós não tínhamos condição, e era preciso transferir para outro hospital onde pudesse ter a captação”, explicou o diretor-geral da unidade.
Autor postado em 27/09/2016
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