Ministério da Saúde lança campanha nacional contra HIV, em Salvador

Quando o clima esquenta no Carnaval, todo mundo sabe onde a noite ou a madrugada vai terminar. Até aí tudo bem. O problema é que muitos foliões esquecem ou negligenciam o uso camisinha durante o ato sexual, e o que era para terminar como uma lembrança maravilhosa pode se transformar em arrependimento para toda a vida.
Com o objetivo de conscientizar os foliões que vão curtir a folia de Momo sobre a importância do uso do preservativo, para evitar doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), o Ministério da Saúde (MS) lançou ontem, em Salvador, a Campanha de Carnaval.
A ideia é estimular o uso da camisinha, principalmente entre os homens na faixa etária de 15 a 39 anos. Isso porque dados da MS apontam que atualmente 73% das infecções por HIV ocorrem no sexo masculino, nesta faixa etária. Os jovens também estão entre os que menos se tratam.
O lançamento da campanha aconteceu no Hotel Monte Pascoal, na Barra, e contou com a presença do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandeta, do prefeito ACM Neto, além do secretário estadual da Saúde, Fábio Vilas-Boas. Na oportunidade, também foi apresentada a nova embalagem do preservativo masculino a ser ofertado no SUS.
Segundo o ministério, foram distribuídos 130 milhões de preservativos masculinos para os estados no Carnaval deste ano, o que representa 22% a mais que o quantitativo enviado em 2018 (106 milhões). Além disso, 16 milhões de testes rápidos para HIV e outras DSTs estão sendo disponibilizados. No ano anterior, a quantidade foi de 13, 8 milhões.
Este ano, o embaixador da Campanha para o Carnaval é o cantor Gabriel Diniz, intérprete da música Jenifer, que promete ser o hit dos blocos no Brasil. As peças serão veiculadas na TV, internet, rádio, jornal, aeroportos, outdoor e jornal, entre os dias 22 de fevereiro e 5 de março, para a população em geral. Além da capital baiana, as ações de prevenção são realizadas nos carnavais de rua de Recife, Olinda e Rio de Janeiro.
Bahia
Estima-se que 866 mil pessoas vivem com o HIV no Brasil.
Na Bahia, são mais de 25 mil pessoas, sendo que somente 20 mil encontram-se em tratamento regular nas unidades de atendimento do estado, conforme a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab). Para o ministro, abandonar o tratamento ou não querer se tratar após a confirmação da doença é um traço do comportamento de risco adotado pelos jovens com a doença no país.
"Os números do HIV no Brasil, que demonstram aumento entre jovens, são muito importantes para a conscientização do grande desafio que temos na saude pública, que é uma mudança no comportamento. Precisamos cada vez mais estimular o uso do preservativo, para que o Carnaval seja sempre uma memória feliz. Vamos fazer um Carnaval e um ano inteiro de consciência em relação à responsabilidade sobre o seu corpo e o da pessoa que você ama”, afirmou o ministro Luiz Henrique Mandeta.
O secretário Fábio Vilas-Boas afirmou que a Bahia segue a tendência nacional, com a substituição progressiva de homens mais velhos por jovens de 15 a 29 anos infectados pelo HIV. Ele pontuou, ainda, a ocorrência de uma epidemia de sífilis em mulheres e também da sífilis congênita, que é quando a doença é transmitida da mãe para o bebê durante a gravidez, além de uma prevalência das hepatites B e C no estado.
Conforme Luiz Henrique Mandeta, a sífilis vai passar a fazer parte da agenda nacional durante sua gestão.
Salvador
Já o prefeito ACM Neto destacou que serão distribuídos três milhões de preservativos neste Carnaval. As camisinhas serão entregues nas 10 unidades móveis de saúde montadas nos circuitos da folia e também serão distribuídas por agentes de saúde, que estarão circulando pela festa.
Neto também lembrou que testes rápidos poderão ser feitos em duas unidades do projeto Fique Sabendo. Uma situada no Multicentro, da Avenida Carlos Gomes, e outra no Farol da Barra, nas imediações do beco da boate OFF.
"Caso o teste dê positivo, a pessoa vai ter imediatamente o suporte da prefeitura. No caso de sífilis, ela já receberá a primeira medicação. Se for HIV, ela será encaminhada para outra unidade da prefeitura, onde terá logo o início de seu tratamento, com amparo psicosocial e todo o suporte", disse.
Autor postado em 23/02/2019
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