O cuidado íntimo e o resgate do prazer feminino

De acordo com o estudo realizado pela USP (Universidade de São Paulo), 55% das mulheres brasileiras não atingem o orgasmo durante a relação sexual. Um problema que parece perdurar ao longo do tempo e ao redor do mundo. De acordo com um estudo sobre a frequência dos orgasmos, realizado entre diferentes universidades norte-americanas e publicado na revista Archives of Sexual Behavior, as mulheres heterossexuais são o grupo que chega menos vezes ao orgasmo, já que chegam ao clímax em somente 65% das vezes que mantêm relações. “Esse cenário de insatisfação sexual tá diretamente ligado a um longo histórico de falta de conhecimento do próprio corpo, atitudes egoístas do companheiro, muitas vezes consolidadas pela estrutura social que estamos inseridos e também insegurança em relação ao corpo e ao próprio órgão feminino”, destaca a ginecologista da EMEG, Ticiana Cabral.
No entanto, se até os anos 1960 o orgasmo feminino ainda nem tinha sido estudado, hoje e cada vez mais, as mulheres têm pesquisado e buscado alternativas para cuidar do corpo, da saúde íntima e do próprio prazer. “Apesar de alguns problemas funcionais na região íntima interferirem diretamente na relação sexual, muitas vezes, as dificuldades para chegar ao orgasmo estão ligadas a fatores psicológicos, emocionais ou incômodos com a aparência”, explica a ginecologista da EMEG Cristina Sá. Através do autoconhecimento profundo de si e do universo feminino, as mulheres têm dado mais atenção para suas vaginas.
Os ramos da estética genital e da sexologia cresceram nos últimos anos em paralelo com a redescoberta do prazer feminino. “Procedimentos como o laser íntimo vêm para restaurar o equilíbrio feminino, melhorar a saúde e o bem-estar íntimo e elevar a autoestima”, avalia Cristina Sá. “O laser e outros tratamentos de rejuvenescimento íntimo não são realizados em busca de uma “vulva ideal”, até porque cada mulher tem suas características particulares na vagina. Ele é realizado para acabar com os incômodos e queixas, estéticas ou funcionais, que muitas pacientes apresentam sobre a região íntima, que geram insegurança e comprometem a rotina sexual”.
Laser genital
Indicado para tratar problemas como atrofia, falta de lubrificação, incontinência urinária, assim como hiperpigmentação em algumas regiões, o laser genital é um procedimento rápido e seguro. Nele, o tecido é estimulado, tanto interna quanto externamente, sem cortes ou sangramentos. “Trata-se de um procedimento não medicamentoso que estimula o colágeno e a elastina além da proliferação da mucosa, com isso, ajuda a regular o pH vaginal, restaurando a flora, aumentando a lubrificação e a vascularização da vagina. Com o estímulo da produção de colágeno, a pele fica mais hidratada, rejuvenescida e saudável e pode trazer maior conforto na relação sexual” explica a também ginecologista da EMEG Ana Cristina Batalha.
Além do laser, outros procedimentos de rejuvenescimento íntimo têm sido muito procurados pelas mulheres que buscam mais satisfação e autoconfiança em relação à aparência da região íntima, como o preenchimento íntimo ou a cirurgia de redução do clitóris. “Além da questão funcional, são procedimentos que aumentam a autoestima e a segurança, o que reflete diretamente na rotina sexual, podendo ajudar muitas mulheres nesse processo de resgate e potencialização do prazer”, conta Ana Cristina.
Além disso, os tratamentos e cuidados voltados para a região íntima são fundamentais em alguns períodos específicos da vida da mulher, “como na menopausa ou no pós-parto, por exemplo, quando o desequilíbrio hormonal e alterações funcionais interferem na vida sexual, provocando sintomas como redução do desejo sexual, desconforto, ressecamento vaginal e até mesmo dor durante o ato sexual”, finaliza Ticiana.
Autor postado em 14/11/2019
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