Irmã Dulce, a santa do povo

Por fé, Maria Cosme dos Santos, de 46 anos, enfrentou a forte chuva que atingiu Salvador na manhã de ontem e compareceu à Capela das Relíquias, no anexo da Igreja da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, no Largo de Roma. Com várias caixas de remédios em mãos, ela agradecia a Irmã Dulce por uma graça atendida.
Sobre o túmulo da freira, a dona de casa orava e pedia mais saúde. Ao redor, dezenas de pessoas davam continuidade à romaria, num entra e sai de fiéis incessante, típico de pontos de peregrinação religiosa, uma prova de que, mesmo antes da beatificação, o Anjo Bom da Bahia já é tratado como a santa dos pobres e desassistidos.
A jovem Taíse Santos Rocha, de 27 anos, buscava saúde e um emprego por meio das orações. “A minha avó conhecia Irmã Dulce. Ela sempre vinha aqui, mas essa é minha primeira vez.
Quero pedir que me livre das doenças e que não falte nada em casa, pelo bem dos meus filhos e de minha família, além de um trabalho”, disse antes de escrever uma carta e depositá-la acima do túmulo da freira. No local, outras centenas de bilhetes e fotografias agradeciam graças alcançadas, enquanto fitas amarradas nas grades dos portões simbolizavam pedidos feitos à freira nos últimos dias.
Para a cearense Maria José Viana, que saiu de Fortaleza e veio à Bahia para assistir a cerimônia de beatificação, tudo isso é digno de admiração. “Acompanho a história dela de lá do Ceará a muitos anos. Vim homenageá-la. Já tinha planejado essa viagem faz alguns meses. Tudo para vê-la se tornar beata”, afirmou.
Segundo Evandro Conceição, que trabalha nas Obras Sociais Irmã Dulce há 30 anos e conviveu com a freira, o Anjo Bom da Bahia era uma santa ainda em vida. “Veja tudo que ela conseguiu construir por meio da caridade e bondade.
Ela é um exemplo do amor ao próximo que prega o novo testamento. Ela sabia que o importante não era só falar, mas também fazer e arquitetou um verdadeiro milagre. Nosso hospital é referência e funciona sem cobrar nada, apenas com doações.
É uma grande emoção ver o trabalho que ela desenvolveu sendo reconhecido. Por isso é necessário dar seguimento às obras de Irmã Dulce. Ela deixou uma lição de coragem e é nisso que temos que acreditar”.
Autor postado em 21/05/2011
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