E&P receberá 57% dos recursos do Plano de Negócios

Na apresentação do Plano de Negócios 2011- 2015 para a imprensa, realizada nesta segunda (25/7), o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, destacou que o Brasil, sétimo maior consumidor mundial de petróleo, é um dos mercados que mais crescem no mundo, em média 2,1% ao ano. Por isso, há necessidade de grandes investimentos, principalmente em exploração e produção, segmento que vai receber 57% dos recursos previstos no plano vigente, que totaliza US$224,7 bilhões.
“Seremos, entre as empresas que produzirão petróleo de novas descobertas, a maior de todas”, afirmou Gabrielli. O presidente enfatizou que a Petrobras continuará trabalhando para maximizar o conteúdo local, a qualificação tecnológica e de recursos humanos, o fomento à micro e pequena empresa, a sustentabilidade e a competitividade.
Com investimentos de US$ 127,5 bilhões em exploração e produção, a Companhia vai aumentar sua produção total (petróleo e gás), em barris de petróleo equivalente (boed), dos atuais 2,7 milhões (Brasil e exterior) para 4 milhões em 2015 e 6,4 milhões em 2020. “Somente do pré-sal serão quase 2 milhões de barris de petróleo equivalente por dia em 2020”. Com isso, a contribuição do pré-sal passará dos atuais 2% para 18% em 2015 e 40,5% em 2020. Este crescimento será possível com a instalação, nos próximos cinco anos, de 30 testes de longa duração (TLDs), dos quais 20 serão no pré-sal e 10, no pós-sal.
O presidente destacou o Projeto Varredura na atividade de E&P, que tem como objetivo adicionar volumes recuperáveis de petróleo em áreas já produtoras (campos de Marimba, Marlim Sul, Pampo, Barracuda, Caratinga, Marlim, Marlim Leste, Albacora e Albacora Leste).
Vendas terão crescimento médio de 6,6% ao ano até 2020
As vendas totais da Companhia, que foram de 3,8 milhões de boed em 2010 deverão crescer 6,6% ao ano, devendo chegar a quase 5 milhões de boed em 2015 e mais de 7 milhões de boed em 2020, detalhou o presidente. Gabrielli explicou que esses volumes incluem vendas de derivados, biocombustíveis, energia elétrica, fertilizantes, gás natural, exportação e vendas da área internacional.
Sobre as alterações no portfólio em relação ao plano anterior, Gabrielli esclareceu que a área de exploração e produção recebeu um aumento de US$ 8,7 bilhões em investimentos em novos projetos entre os quais as novas unidades de produção para o pré-sal e para as áreas da cessão onerosa, além de infraestrutura operacional.
Entre os desafios corporativos, o presidente citou o planejamento de recursos humanos para que a empresa possa ser referência internacional no segmento de energia e em gestão de pessoas. “O plano requer demanda adicional de pessoal cujo quadro passará dos atuais 85 mil empregados para 103 mil em 2015, incluindo subsidiárias e empregados no exterior. O segmento de E&P será o principal responsável pela elevação do efetivo, acompanhando o aumento da produção.”
Companhia investirá US$1,3 bilhão por ano em tecnologia
A Petrobras também investirá US$1,3 bilhão por ano, envolvendo a exploração de novas fronteiras, recuperação de petróleo das jazidas, o desenvolvimento de nova geração de sistemas marítimos e submarinos de produção, soluções logísticas para o gás natural, flexibilização do refino e agregação de valor e diversificação dos produtos. Atualmente quatro empresas fornecedoras estão construindo centros de pesquisas e diversas companhias estão interessadas em desenvolver centros tecnológicos no país, visando atender aos requisitos de conteúdo local. “Novas tecnologias levarão ao ganho de eficiência dos processos de E&P, e ao aumento de produção no período”, informou o presidente da Petrobras.
Gabrielli destacou os investimentos em eficiência energética e na redução dos gases de efeito estufa, “através de compromissos voluntários de redução da queima de gás nas operações de E&P e da redução da intensidade energética nas operações de refino e gás e energia, além de outras ações, com investimentos de US$1,2 bilhão até 2015”.
Para Refino, Transporte e Comercialização (RTC) e Petroquímica o plano prevê investimentos totais de US$ 74,4 bilhões até 2015. Novas refinarias, qualidade dos combustíveis e modernização representam 74% dos investimentos em RTC. Os investimentos em capacidade de refino atenderão prioritariamente a expansão do mercado brasileiro, disse o presidente.
Plano de Negócios financiável e sólido
Sobre a financiabilidade do plano, Gabrielli mostrou dois cenários: o primeiro tem como base o preço do petróleo do tipo Brent de US$110 para 2011 e US$80 para os demais anos e preço médio dos produtos vendidos pela Petrobras de R$158 por barril. O outro cenário prevê US$110 para o Brent em 2011 e US$95 para os demais anos do Plano e preço médio de produtos vendidos pela empresa de R$177 por barril. A geração de caixa esperada para o período 2011-2015 ficaria entre US$125 e US$148,9, para os cenários respectivos.
“Do ponto de vista financeiro, consideramos esse plano sólido, financiável e com todas condições de realização em longo prazo, sem comprometer a saúde financeira da Companhia”, afirmou. O presidente esclareceu que a geração de caixa será a fonte principal dos investimentos do plano e que a necessidade de financiamento será entre US$ 67 bilhões e US$ 91,4 bilhões, o que representa captações entre US$ 7,2 bilhões e US$12 bilhões em cada ano do plano, mantendo-se a meta de alavancagem financeira média de 25% a 35%.
Autor postado em 26/07/2011
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