Sem medo de pressão, Scheidt e Prada acertam detalhes para Londres

As vitórias nos últimos sete principais eventos resultaram em algo inédito. Pela primeira vez, os líderes do ranking conquistaram todas as principais competições na temporada. A pouco mais de cem dias dos Jogos Olímpicos de Londres, a fase de Robert Scheidt e Bruno Prada é das melhores. Os dois, porém, não se empolgam. Cercados de expectativas na busca por uma medalha na classe star, os velejadores acertam os últimos detalhes antes da fase final de preparação.
- Medalha, não dá para prometer. Mas acho que estamos no caminho certo. Estamos vivendo uma grande fase. Os adversários respeitam, mas fazem o máximo para nos ganhar. A dupla inglesa passou por um ano irregular, mas está forte. Não é fácil, não. Claro que esse respeito extra existe, mas, no fim das contas, o que vale é o momento, a decisão. Você não consegue viver com o que ganhou na semana anterior – disse Scheidt.

O bom momento trouxe, inclusive, mais um patrocinador de peso para a dupla para os próximos 12 meses. Em caso de medalha, não importa qual, os dois terão um bônus de R$ 100 mil da empresa, que atua no setor de segurança. Apesar dos últimos resultados, Prada diz que a pressão não é algo que incomode.
- Cada um tem 30 anos de competições, já aprendemos a lidar com pressão, vitórias e derrotas. Qualquer resultado nos impulsiona. Você não pode se acomodar, tem de continuar treinando duro. O que tem impulsionado muito a gente são as vitórias. Ganhar um campeonato como o Troféu Princesa Sofia (etapa da Copa do Mundo), na última perna. Foi um campeonato que estava praticamente perdido. Era um barco muito difícil de velejar, fugia um pouco das nossas características. Tinha uma velocidade menor que a dos cinco primeiros. E, mesmo assim, nos superamos e conseguimos vencer. Esse resultado deu muita motivação.
De julho de 2010 até hoje, Scheidt e Prada ficaram 21 meses na liderança do ranking. Nesse período, foram apenas três meses longe da ponta. Os dois são unânimes ao dizer que, hoje, formam uma dupla melhor do que nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.
- A palavra desse ciclo olímpico foi evolução. Evoluímos muito. Somos completamente diferentes de quatro anos atrás, muito mais maduro, confiante. Vela é um esporte diferente, precisamos conhecer bem o barco.
Nos últimos anos, a dupla também estreitou os laços de uma amizade de infância. Para Scheidt, o entendimento com o parceiro é essencial para que o resultado venha em Londres.
- Nós nos conhecemos há muito tempo, velejamos há muito tempo. Não é fácil. Derrotas, vitorias, colisões, passamos por tudo. Acima de tudo, temos um objetivo comum. Brigar por medalhas, títulos e sermos os melhores que pudermos. Bruno é um atleta brigador, gosta de ganhar. Nos últimos anos, o entrosamento aumentou. Geralmente eu sou responsável pelas decisões táticas, mas ele me ajuda, tem a visão dele da decisão. Apesar de o Bruno falar muito fora, é muito quieto dentro. Como é muito concentrado, acaba ficando quieto.
No caminho para Londres, Scheidt e Prada vão usar o tempo para acertar alguns detalhes. O principal é a montagem das novas velas, desenhadas pelo argentino Juan Garay. Os dois também vão passar por uma fase de aclimatação em Weymouth, onde serão disputadas as provas de vela nos Jogos de Londres.
- Vamos fazer 45 dias de adaptação em várias fases. É mais do que suficiente. É muito importante na preparação chegar 100% nas Olimpíadas. Planejou isso e ainda com muita vontade de velejar. Quando você treina demais, chega sem tesão, sem vontade. Você tem de chegar lá descansado, 100% e com vontade. Estamos muito bem planejados.Autor: ,postado em 13/04/2012
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