Raquel Kochhann mira terceira Olimpíada após tratar câncer

Raquel Cristina Kochhann sempre encarou de peito aberto a marcação cerrada dos desafios da vida. Determinada a viver do esporte, a catarinense de Saudades, no oeste do estado, rompeu divisas, ganhou o Brasil, a América do Sul e desbravou o mundo do alto rendimento com garra e qualidade técnica no rugby. A história de mais de uma década dedicada à modalidade, porém, foi interrompida devido a questões que independiam da força dos braços e das pernas dela.
Para entender a adversidade vivida pela referência do rugby, é preciso voltar no tempo. Antes das Olimpíadas de Tóquio, em 2021, Raquel se consultou com médicos do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e passou por baterias de exames que constataram a presença de um caroço na mama. Até ali, tudo bem. Não havia motivo para alarde. A catarinense defendeu o país nos três jogos na campanha de 11º lugar na Terra do Sol Nascente.
O problema veio depois. Em maio de 2022, o caroço passou de alerta à ameaça após dobrar de tamanho. Àquela altura, havia necessidade de cirurgia. Raquel adiou o procedimento para encerrar a temporada nos campos. A "teimosia" custou uma lesão no ligamento cruzado anterior do joelho (LCA). Mas, como há males que vêm para o bem, a capitã da Amarelinha aproveitou a pausa forçada para tratar os dois casos.
O caroço foi retirado e células cancerígenas foram identificadas em biópsia. Raquel estava com câncer desenvolvido no osso do esterno. A atleta se assustou com a notícia. Afinal, havia histórico familiar com o tumor da mãe na mama. "Fiquei com um pouco de medo, por ser um osso vital, que protege o coração. O ortopedista oncológico também me assustou ao dizer que um osso acometido pelo câncer poderia quebrar a qualquer momento. Mas Deus nunca nos dá desafios maiores do que podemos suportar e essa fé sempre me ajudou".
Autor: ,postado em 03/01/2024
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