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Juazeiro a um jogo da extinção


Juazeiro a um jogo da extinção


A deficiência financeira dos clubes que disputam o Campeonato Baiano tem sido motivo de atenção especial da Tribuna da Bahia desde o início da competição. Com uma série de matérias baseadas nas rendas e públicos do Estadual, a crise das equipes foi externada. Mas, o que para muitos não passava apenas de uma fase do futebol baiano, pode ter chegado ao limite.

Antes mesmo de terminar a primeira fase, o Juazeiro acendeu a luz do pânico, e pode tomar uma atitude drástica que ameaça a extinção do futebol do tradicional time do Juazeiro Social Clube. Com o Estádio Aduato Moraes sem condições de abrigar os jogos, o presidente Eládio Rocha Dourado Júnior ameaça tomar uma atitude extremada.

Sem recursos, o dirigente não garante que a equipe vá a Vitória da Conquista para enfrentar o Serrano, no domingo, pela nona rodada do Campeonato Baiano. Uma das causas deste problema financeiro seria o gasto de R$ 14 mil a cada partida realizada no Estádio Pedro Amorim, em Senhor do Bonfim, atual mando de campo do Juazeiro. 

A possível decisão do Juazeiro de não ir a Vitória da Conquista e, consequentemente, perder o jogo por W.O., iria expor o Campeonato Baiano a um vexame nacional. Além disso, a equipe fica passível de punições pesadas que iriam inviabilizar a volta do time ao Estadual.

Dos 12 clubes que disputam o Campeonato Baiano de 2011, somente aqueles que recebem ajuda, apoio direto das Prefeituras dos seus municípios, estão conseguindo administrar a crise de público e renda do Estadual. No caso do Juazeiro, além de não poder jogar no seu mando de campo, o estádio Adauto Moraes, vetado pela Federação por não atender as normas mínimas de segurança e viabilidade, o clube não conta com nenhum tipo de auxílio da Prefeitura de Juazeiro.

Ironicamente, o Estadual de 2011 deveria ser a competição da história, com as promessas de auxílio e patrocínio da competição. Da venda para a TV Bahia, Bahia e Vitória receberam R$ 1 milhão, e os clubes do interior R$ 150 mil, em duas parcelas. O mesmo valor prometido pelo contrato de patrocínio da Embasa, de R$ 150 mil para cada clube, “mas até agora não recebemos nenhum centavo”, questiona o presidente do Camaçari, Fernando Lopes.

A competição tem ainda o apoio da iniciativa privada, através da NR, que deu cotas de R$ 20 a 50 mil aos clubes, e material esportivo, em troca da publicidade em volta dos campos nos estádios, além da promoção “Sua Nota é um Show”, que não funciona em todas as cidades do interior do Estado.

E tem sido exatamente o programa estadual que tem feito com que o público chegue à centena em Senhor do Bonfim. Na última rodada, por exemplo, apenas 441 pessoas acompanharam a goleada do Juazeiro sobre o Fluminense por 5 a 2. “E desse total, apenas 16 pessoas compraram ingressos. Nós tivemos um gasto de R$ 6.380,00 para jogar domingo em Senhor do Bonfim”, revelou o presidente do Juazeiro, Eládio Júnior.

Crise revelada pela imprensa do interior

A denúncia da crise do Juazeiro foi revelada na quarta-feira, no interior do Estado, através da Rádio Juazeiro, entrou na internet através do site Bahia Notícias, e alertada ontem para todo o Estado através da resenha do meio-dia da Rádio Sociedade da Bahia, sob o comando do radialista Raniere Alves. Sem ser sensacionalista, a imprensa, denunciando a gravidade do problema, está tentando ajudar o clube, que literalmente está com o “pires na mão”, com conta pública para receber doações de torcedores, empresários e desportistas baianos.

“Quem quiser colaborar com a equipe, pode fazer um depósito identificado na Caixa Econômica Federal, conta poupança 123634-0, agência 080, operação 013”.
"Fizemos uma programação em todos os aspectos para a disputa do Campeonato Baiano, mas sem o apoio do poder público fica difícil. Estou tirando dinheiro do bolso. Sou um pequeno empresário e não tenho mais de onde tirar recurso para ajudar o Juazeiro. Até hoje aguardamos a ajuda prometida pela Prefeitura Municipal. Em cada viagem gastamos cerca de R$ 14 mil reais. Se não tivermos a verba suficiente para custear a viagem, não iremos para Conquista", disse o presidente do clube.

O dirigente também pediu auxílio aos políticos da região, aos empresários e torcedores. "Peço a todos os políticos da região, empresários e torcedores, que ajudem o Juazeiro Social Clube, pois ele é um patrimônio público. Pertence ao povo de Juazeiro", finalizou.

FBF não acredita em ameaça

O presidente da Federação Baiana de Futebol (FBF), Ednaldo Rodrigues disse que acha difícil o clube não entrar em campo contra o Serrano, e avisou que caso isso ocorra, as punições serão severas.

"Caso o Juazeiro não entre em campo e abandone a competição, o clube praticamente fica extinto, pois quando o clube quiser retornar, a despesa é elevada. Deve ser em torno de 100 vezes mais do que gastaria com a viagem para Vitória da Conquista. Praticamente inviabiliza o retorno. Mas acredito que isso não vai acontecer. Quando a equipe entrou na competição, já sabia dos gastos. Acho que o Juazeiro encontrará uma solução e jogará no domingo contra o Serrano. A FBF procura sempre ajudar, só não entra em campo", disse.


Autor postado em 25/02/2011


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