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Problemas para a Copa podem ser solucionados


Problemas para a Copa podem ser solucionados

As ações baianas para a Copa 2014 apresentam falhas. Informações à sociedade sobre o andamento das obras insuficiente, projetos técnicos sem detalhamento, falta de integração das intervenções previstas com o restante da cidade e entre os responsáveis pelas intervenções.

Estes são alguns dos problemas, mas há tempo para se resolver tudo. Estas foram as principais conclusões da Fiscalização Preventiva Integrada, conduzida pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) e mais seis órgãos públicos e privados. O relatório da fiscalização foi apresentado pelo Crea-BA ontem, durante o Seminário Acompanhamento das Ações para a realização da Copa 2014, no Othon Palace Hotel.

Para o presidente do Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura (Confea),. Marcos Túlio de Melo, a capital baiana está numa zona intermediária entre as subsedes da Copa. Enquanto Belo Horizonte (MG), que já vai entregar obras este ano, está mais adiantada; Natal (RN) e São Paulo (SP) estão num ponto mais crítico, pois sequer começaram a construção do estádio para o torneio. Na Bahia, grande parte dos investimentos já está assegurada.

“Temos um governo do Estado comprometido, uma prefeitura comprometida com a exceção destes investimentos, junto com a iniciativa privada”, concluiu. 

Mello alertou para a necessidade de detalhamento dos projetos técnicos, ressaltando a experiência do Pan-Americano do Rio de Janeiro, em 2007, em que obras foram realizadas a um custo até sete vezes maior do que o previsto. “Houve corrupção? Houve incompetência?

Não há elementos para dizer isso, mas podemos dizer que faltou projeto técnico”.  Apesar do alerta, Mello deixou claro seu otimismo. “Tenho certeza que o Brasil vai realizar com sucesso a Copa de 2014. O Brasil tem muito deste jeitinho de fazer de última hora, mas vai dar certo”, concluiu.

 Assinado pelo engenheiro civil e chefe de gabinete do Crea-BA, Giesi Nascimento Filho, o relatório aponta ainda como deficiências baianas  a inexistência de estudos de impacto ambiental e de vizinhança; indefinição das intervenções no entorno da arena da Fonte Nova; prazo exíguo, “o que demanda o fiel cumprimento dos cronogramas”, de algumas obras.
 
“Em relação à arena, constatou-se um pequeno atraso, entretanto, o sistema construtivo adotado, pré-moldados, permite a possibilidade de conclusão da obra dentro do prazo do que foi fixado”. 

Temos que correr mais do que estamos correndo, concluiu o presidente do Crea-BA, Jonas Dantas.
Além da Fonte Nova, orçada em R$ 591 milhões, a fiscalização avaliou os projetos nas áreas portuárias (R$ 135 milhões), aeroportuária (R$ 45 milhões, com negociações em curso visando sua ampliação para R$ 127 milhões), mobilidade urbana (R$ 570 milhões) – que inclui o BRT/VLT, acesso Aeroporto-Rio Joanes, passarela entre a Avenida Joana Angélica e o Centro Histórico e um estacionamento nos barris -, de revitalização do Centro Antigo (R$ 665 milhões), além do metrô (R$ 1,2 bilhão, no primeiro trecho).

Transparência das ações

Presente ao seminário, o secretário estadual de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Nílton Vasconcelos, reconheceu a dificuldade no detalhamento dos projetos – alguns dos quais consomem cerca de 2 anos – mas negou que haja falta de transparência das ações ou de estudos de impacto de vizinhança, uma vez que a Fonte Nova recebeu todas as licenças exigíveis. “A visita à Fonte Nova (pela fiscalização) foi franqueada, foi aberta, tiveran acesso às informações.

Eu, particulamente, não tenho informação dessa natureza de que algum dado tenha sido sonegado, pelo contrário. Estamos sendo permanentemente demandados pelos órgãos de controle, que são os que efetivamente temos respondido com regularidade. As informações disponíveis estão sendo liberadas”.

O secretário extraoridinário para assuntos da Copa, Ney Campello, aproveitou o evento para divulgar a consolidação do Plano Diretor da preparação para o torneio, a ser apresentado ao governador Jaques Wagner até o final deste mês. A proposta pensa a Copa por meio de dois vetores: as ações que a Bahia se comprometeu junto à Federação Internacional de Futebol (Fifa) e o impacto para a população.

“No debate da Copa, falam muito da infraestrutura e menos do capital humano. Para nós, este será o principal legado”.  Campello informou na semana passada, que a indefinição quanto ao modelo de transporte (VLT ou BRT) será equacionada até o final do mês, com o término da tramitação de um Procedimento de Manifestação de Interesse.

Nilton Vasconcelos destacou que a Copa das Confederações (2013), Copa América (2015) e os jogos de futebol da Olimpíada do Rio (2016) assegurará uma sequência de eventos com potencial para alavancar o desenvolvimento baiano.

Presidente do Escritório da Copa (Ecopa), da prefeitura de Salvador, Leonel Leal Neto informou que o planejamento municipal é norteado pelos eixos Recomendações da Fifa, expectativa da população e legado. “O legado em infraestrutura é importante, mas também é o legado social, cultural e de capacitação”.

Entrevista MARCOS TÚLIO DE MELO

Tribuna da Bahia: Como dirigente do Confea, o senhor acompanha todas as 12 subsedes da Copa. Em que estágio se encontra a capital baiana?
Marcos Túlio de Melo:
Hoje nós temos duas grandes preocupações em relação aos investimentos para a Copa do Mundo, mais concentrados em Natal (RN) e em São Paulo (SP), em função de projetos que ainda precisam ser elaborados, licitados e executados. A Bahia está numa situação intermediária.  Nós temos situações relativamente bem avançadas, como é o caso de Belo Horizonte, onde uma boa parte dos empreendimentos já têm início de obra, algumas concluídas ainda em 2011.

T.B.: O que mais preocupa?
M.T.M.:
Nos preocupa algumas questões aqui na Bahia, especificamente na falta de informações. Precisamos dar mais transparência aos investimentos da Copa. Estamos buscando, através do governo do Estado, da prefeitura e de alguns órgãos envolvidos uma divulgação melhor da fase em que estão os projetos. Aqui na Bahia, o fato de você ter a arena, o estádio,  no ambiente urbano preocupa bastante, porque as intervenções precisam ser muito bem planejada, principalmente em mobilidade urbana, para poder evitar situações de congestionamento durante a realização da Copa.

T.B.:  O andamento dos projetos está dentro do previsto?
M.T.M.:
Há na realidade uma preocupação real com o estágio do desenvolvimento dos projetos técnicos, das licitações e da execução das obras. Uma das questões que tem nos chamado a atenção é a falta de uma visão de projeto mais integrada, para que o legado da Copa seja útil para que a mobilidade urbana, bem como os investimentos públicos tenham a consequência desejada para a realização da Copa com sucesso e também para a população depois da Copa. Ainda há (na Bahia) algumas indefinições na mobilidade urbana, com relação ao modelo que será adotado (BRT-VLT).

T.B.: E o metrô?
M.T.M.:
Os investimentos com relação ao metrô estão numa fase relativamente tranquila, pelo menos na perspectiva que está sendo colocada (por meio do Batalhão de Engenharia e Construção do Exército). No BRT, ainda existe uma indefinição muito grande e também na decisão do que vai ser adotado para complementar o sistema de transporte. Nos preocupa a ausência de um projeto que integre a arena e toda a estrutura de mobilidade, de estacionamento, eventos paralelos, estrutura para vídeo e outras questões em que a informação está pouco precisa.
Eu tenho certeza que o Brasil vai realizar com sucesso a Copa de 2014. O Brasil tem muito deste jeitinho de fazer de última hora, mas vai dar certo. O mais importante é que estas questões sejam planejadas adequadamente para este legado pós-Copa.

T.B.: Este otimismo se estende à Bahia?
M.T.M.:
Acho que sim. Os investimentos estão assegurados, uma parte importante deles. Temos um governo do Estado comprometido, uma Prefeitura comprometida com a execeução destes investimentos, junto com a iniciativa privada. O que precisa ter é coordenação entre estado, município, a Federação Baiana de Futebol, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), a iniciativa privada. Superando essa fase de planejamento e de articulação institucional, eu tenho certeza que teremos o resultado desejado.

Autor postado em 13/04/2011


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