Vitória com casaco pendurado na cadeira
O Brasil é tão melhor que o Equador, que mesmo jogando 70% da partida sem a intensidade e a concentração que consagraram a melhor ideia de time de Tite, a vitória veio no placar clássico de 2x0. Foi preciso, porém, que o treinador mexesse nas peças. Tal como estava, com Renato Augusto burocrático, marcação mais frouxa e individualismo demasiado de Neymar, o empate talvez se confirmasse. Derrota, não, os equatorianos não ousaram agredir o Brasil.
O Brasil venceu com aquele jeito do funcionário talentoso, mas marrento, que deixa o casaco pendurado na cadeira enquanto vai se distrair.
Então, a boa nova da noite na Arena foi Phillippe Coutinho como alternativa a Renato Augusto na armação. O meia do Liverpol é titular absoluto de Tite pelo lado do campo, o que não impede que o técnico arrisque, em cenários específicos, um time mais aberto/vulnerável, preço a pagar para ter mais leveza e criatividade. Coutinho entrou e moveu o carrossel. Ninguém passava da linha da bola, Coutinho passou. Ninguém se movimentava para ludibriar a marcação, Coutinho se movimentou.
Neymar, que estava numa noite em que parecia contar o tempo para o jogo terminar, foi egoísta como não vinha sendo mais com Tite de treinador. Deu-se o direito porque a Seleção entrou em campo classificada. A perda da competitividade por conta do conforto do passaporte carimbado teve este custo. Sem concentração e foco, o Brasil fica muito menos candidato ao título. Não só o Brasil; do jeito que se joga futebol hoje, qualquer seleção, mesmo uma que tivesse só gênios, pode fracassar se não colocar entrega no seu ofício.
Passeio da França
A França passeou sobre a Holanda, que coisa. Ao lado de Alemanha e Brasil, forma o trio de candidatos principais ao título. Se virar quarteto, entra a Espanha. Caso abarquemos 5 candidatos, vem a Itália. E se abrirmos para a surpresa das surpresas, chega outra vez a Bélgica. O material humano disponível para o técnico Didier Deschamps é rico e variado. Triturou a Holanda, assumiu a liderança do grupo e joga contra Luxemburgo domingo. Então, escrevo com pouca margem de erro que à França só falta a confirmação matemática de sua ida à Rússia.
Autor: ,postado em 01/09/2017
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