A prisão temporária de Carlos Arthur Nuzman na última quinta-feira repercutiu entre os atletas da canoagem brasileira. Durante um evento da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) nesta segunda-feira, no Rio de Janeiro, Isaquias Queiroz revelou que, quando soube das acusações sobre compra de votos, estava na capital fluminense e acompanhou tudo pela televisão. Ele disse que ficou triste e preocupado após a divulgação da punição do Comitê Olímpico Internacional (COI), mas que com ou sem apoio do COB, irá seguir buscando resultados no esporte e medalhas para o Brasil.
- Quando recebi a notícia, fiquei triste e desanimado, meio chateado. Há tempos perguntaram o que eu achava da compra de votos. Eu falei que não sabia de nada, mas que pelo menos tivemos uma Olimpíada dentro de casa. Quando soube que não foi apenas compra de votos e sim roubo de dinheiro, fiquei ainda mais chateado. A torcida brasileira ficou muito feliz com os Jogos no Rio e pela grandiosidade do evento. Fiquei até com um pouco de medo quando vi que o COI iria cortar todo o apoio. Achei que iria cortar até a participação dos atletas brasileiros. Acho que se o COB não puder mais apoiar a canoagem brasileira, não vou parar de treinar. Vou fazer bonito, até porque já tive momentos sem apoio e nunca desisti. Vou treinar e seguir mantendo meu foco: força total. Espero que nossa casa, que é o Comitê Olímpico, possa se reorganizar para nos dar o suporte que precisamos.
Isaquias Queiroz canoagem Rio 2016 eliminatória (Foto: Reuters)
O presidente da Confederação de Canoagem, João Tomasini, preferiu manter o silêncio assim como na nota oficial divulgada pela entidade, e questionado sobre o assunto, disse que o momento era de celebração pelos resultados. O evento no Rio reuniu os atletas Isaquias Queiroz, Ana Sátila, Pepê Gonçalves, Erlon Souza e Felipe Borges, e marcou a ampliação do patrocínio do BNDES à canoagem brasileira até os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020.
- Estamos comemorando a confirmação de um apoio até 2020. Acho que é isso que temos que fazer nesse momento e nesta cerimônia. Esse assunto, vamos deixar para outro momento. A canoagem está mostrando que o esporte continua até 2020, 2028. Estamos pensando no futuro e nos nossos atletas. Está é a posição da canoagem. Estamos mostrando que não haverá interrupção do esporte brasileiro.
Finalista da canoagem slalom na Rio 2016, Pepê Gonçalves também optou por não se envolver nas polêmicas do COB. Segundo o atleta, ele e seus companheiros tentam acompanhar as notícias do caso, mas não se sentem confortáveis ao tratar do assunto.
- Legal não é, né. É um assunto bem delicado e eu não tenho conhecimento para falar a fundo disso, até porque não procurei saber, mas é um caso sério. Eu deixo para as pessoas competentes julgarem e analisarem isso e espero que o esporte brasileiro continue nessa crescente de resultados, que é o que cabe a nós atletas.