Daniel leva a 18ª medalha com bronze, mas admite: "Não é o que esperava"
Três finais, três medalhas. Daniel Dias não quer deixar escapar uma oportunidade de subir ao pódio dos Jogos Paralímpicos disputados em casa. Neste sábado, o fenômeno da natação brasileiro conquistou a medalha de bronze nos 50m borboleta, categoria S5, e chegou ao impressionante número de 18 pódios na carreira, desde a estreia em Pequim 2008. Atual recordista mundial e campeão paralímpico da prova, o nadador de Campinas (SP) de 28 anos, no entanto, não escondeu ter ficado um pouco frustrado com o resultado. O multicampeão, que já foi ouro nos 200m livre e prata no 4x50m livre misto até 20 pontos na Rio 2016, ainda disputa outras seis provas na competição.
- Não é o que eu esperava. Esperava nadar muito melhor do que eu fiz. Mas tenho falado desde o primeiro dia que vou dar o meu melhor a cada mergulho. Dei uma travada legal no final, sai exausto. Dei o meu melhor, mas nem sempre o nosso melhor é o que a gente espera. Mas estou feliz por subir ao pódio. Desde 2008 subindo ao pódio nesta prova é algo espetacular - disse o brasileiro, que foi prata em Pequim e ouro em Londres 2012.
Um fato curioso quase atrapalhou o largada da final dos 50m borboleta. Distraído ouvindo música, o esloveno Darko Duric subiu no bloco e se posicionou para a saída com fone de ouvido na cabeça. O atleta não ouviu a sinalização da árbitro, que precisou ir até a raia 8 para retirar o objeto. Os rivais riram da situação inusitada e se posicionaram novamente. Até os últimos metros de prova, era difícil apontar qual seria o pódio. Atual recordista mundial, Daniel Dias largou bem, mas cansou no fim e teve dificuldades para manter o bom ritmo dos rivais. O brasileiro chegou em terceiro, com o tempo de 35s62. O americano Roy Perkins ficou com o ouro (35s04), enquanto o chinês Shiwei He levou o bronze (35s62).
- Eu sei que se tivesse nadado para o meu melhor teria dado ouro. Mas paciência. Isso não vai mudar nada o que a gente preparou. Treinamos muito forte para todas as provas. Amanhã (domingo) tem mais uma prova difícil, os 100m peito, vamos concentrar para tentar dar o máximo nela também.
Depois de superar a frustração em um primeiro momento com o resultado, Daniel comemorou muito a conquista de mais uma medalha. No pódio, se emocionou com os aplausos da torcida e acenou várias vezes agradecendo o carinho. Na saída, repetindo o que Michael Phelps costumava fazer na Olimpíada do Rio, foi dar beijos nos filhos (Asaph e Daniel) na arquibancada.
- Estou muito feliz com meu resultado. Poderia ter nadado melhor, sem dúvida. Mas o que eu recebi no pódio agora não tem preço, vale muito mais do que a medalha de ouro. Me emocionei. Depois disso, saio daqui satisfeito.
Maior medalhista em Paralimpíadas da história do Brasil, Daniel Dias ainda disputa outras quatro provas individuais (50m livre, 100m livre, e 50m costas da classe S5, além dos 100m peito SB4). O brasileiro, que nasceu com má formação congênita dos membros superiores e da perna direita, ainda deve nadar os revezamentos 4x100m livre masculino 34 pontos e 4x100m medley masculino 34 pontos.
Caso suba ao pódio em todas as seis provas ainda previstas para nadar na Rio 2016, o fenômeno de 28 anos alcançará a incrível marca de 24 medalhas paralímpicas, ultrapassando o atual recordista da natação masculina, o australiano Matthew Cowdrey, que tem 23 e não disputa os Jogos do Rio.
Autor: ,postado em 11/09/2016
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