Maior de todos! Daniel é bronze com revezamento e se isola em recorde
Em uma hora, duas finais, duas medalhas e o título de maior medalhista na natação em Paralimpíadas. Daniel Dias não cansa de surpreender. Primeiro, foi soberano nos 100m livre da classe S5, conquistando seu quarto ouro na Rio 2016. Depois, o incansável fenômeno de 28 anos teve ajuda dos amigos Andre Brasil, Ruan Souza e Phelipe Rodrigues para garantir o bronze no 4x100m livre até 34 pontos, em uma prova emocionante, que sacudiu as arquibancadas do Estádio Aquático. O 9º pódio nesta edição e o 24º em toda sua carreira na competição deixaram o principal atleta paralímpico do país isolado em primeiro lugar no ranking masculino dos melhores de todos os tempos da modalidade.
- Confesso que não parei para pensar ainda (no recorde). Estou sem voz de tanto que eu berrei no revezamento. Mas é uma alegria imensa poder ajudar meu país. Meu objetivo aqui era conquistar medalhas nas minhas provas individuais e ajudar ao máximo os meus companheiros nos meus revezamentos. Estou extremamente feliz por nadar em casa, por competir uma Paralimpíada em casa. É algo que vai ficar marcado para sempre na minha história e na história de quem viveu isso. Acredito que nunca mais o esporte paralímpico vai ser o mesmo depois disso aqui - disse Daniel Dias, que também levou o título de maior medalhista entre todos os esportes da Rio 2016.
Da primeira à última prova no pódio. Todas as vezes em que caiu na água na Rio 2016, Daniel Dias saiu da piscina com medalha. E ficou para este sábado, na despedida da natação nos Jogos Paralímpicos, o dia mais emocionante para o Brasil e para seu principal astro. Primeiro, o nadador de Campinas (SP) foi soberano ao conquistar com folga o tricampeonato nos 100m livre na classe S5. Mas nem teve tempo de comemorar. Logo voltou para piscina para ajudar o time verde e amarelo a arrancar o bronze nos últimos metros de disputa, para delírio da torcida brasileira.
- Nunca escutei tanto barulho debaixo d’água. Isso vai marcar para sempre a minha vida. Tenho que agradecer muito todo mundo que veio, riu, chorou... Foi espetacular o que o público fez aqui, ganhando ou perdendo. Às vezes a pessoa não pegava final, mas eles apoiavam, e a pessoa chegava na piscina de aquecimento sorrindo. Ninguém jamais recebeu esse carinho. E, hoje, a gente pode encerrar um grande momento do esporte paralímpico, um grande momento para as pessoa com deficiência. O respeito que as pessoas vão ter com as pessoas com deficiência agora vai ser muito maior - apostou Daniel.
Com a classe mais baixa (S5) entre os quatro integrantes da equipe, Daniel Dias foi o primeiro a cair na água no 4x100m livre até 34 pontos, completando seus 100m no nado costas em sétimo lugar. Ruan Souza (S9) diminuiu a distância para o sexto colocado no peito, e Andre Brasil (S10) acelerou para deixar o Brasil em quinto. Com sangue nos olhos, Phelipe Rodrigues (S10) voou. Nas última braçadas, conseguiu o que parecia impossível: colocar o país no pódio. Quando confirmaram o terceiro lugar no telão do Estádio Aquático, os quatro vibraram muito e se emocionaram. O time verde e amarelo foi bronze, com o tempo de 4m17s51. China e Ucrânia conquistaram o ouro (4m06s44) e a prata (4m07s89).
- Vou confessar: geralmente, quando nado 50m ou 100m livre, eu costumo não ouvir a torcida. Mas, dessa vez, quando estava voltando, cada respiração que eu fazia escutava a torcida gritando. Com certeza aquilo ali foi um gás a mais no final, porque eu não conseguia ver o cara da Austrália. Estava três raias à minha esquerda, e eu não conseguiu vê-lo. Basicamente a torcida ditou o ritmo da prova. Foi animal - comemorou Phelipe.
Autor: ,postado em 18/09/2016
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