Reforços com "fome" e espírito competitivo: a coletiva de Guto Ferreira
A primeira entrevista coletiva de Guto Ferreira na sala de imprensa do Fazendão em 2017 foi cheia de sorrisos. O treinador chegou animado, brincou com os jornalistas e fez umas tantas piadas. De tão descontraído, o comandante tricolor levou seu filho mais velho, Pedro, para acompanhar a entrevista - que, claro, durou bastante, com respostas longas, metáforas e analogias, bem do jeito ao qual se acostumou quem acompanha o dia a dia da equipe.
O primeiro tema abordado pelo técnico do Bahia foi a preparação da equipe para a estreia na Copa do Nordeste, marcada para a próxima quinta-feira, dia 26, contra o Fortaleza. Em que ponto os jogadores estarão no duelo? Certamente, eles não vão chegar “a toda”. Guto destaca que é preciso dar tempo para que os atletas atinjam um nível satisfatório, porém deixa claro que não vai faltar “espírito competitivo” e “entrega”.
- Não adianta falar que vai chegar "a toda". Prometer o que não pode. Não tem nada que possa acelerar o tempo ou atrasar. Agora, espírito competitivo, nível de responsabilidade, de entrega, isso pode fazer com que as coisas que dependem do tempo acabem dando resultado acima do esperado. O grupo está bem focado nesse aspecto. Se chegar todo dia para treinar e treina “meia-boca”, lá na frente você vai carecer de mais tempo. Se você treinar bem, acelera etapas. Os jogos nos Estados Unidos deram a oportunidade de a equipe vivenciar experiências que talvez não tivesse, porque pegamos equipes estruturadas. Uma [equipe] mais condicionada, mas menos experiente, que foi o Wolfsburg. Outra [Estudiantes], uma equipe mais experiente, ainda na nossa frente no aspecto físico. Eles vieram com praticamente a mesma equipe. Eles estão no meio da temporada. Eles estão retomando a temporada que parou em dezembro. Nós estamos em uma parada de reconstrução. Mantivemos uma parte do grupo. Essa manutenção fez com que a gente pudesse ter um desempenho em um bom nível. O segundo grupo carece de mais entrosamento. Acompanhando o ritmo, tende a ter um crescimento. Temos alguns meninos, jogadores que vão amadurecer. Não adianta colocá-los como solução. Depende de tempo para entrosar, para que as virtudes apareçam e as deficiências diminuam. Vamos para a Copa do Nordeste com uma equipe competitiva e vamos crescer dentro da competição, assim como a gente pretende fazer no Campeonato Baiano. Pensando numa maneira de não ter um desgaste muito grande, que não prejudique o desempenho, para quando chegar na reta final ter o máximo de jogadores com nível de confiança. Estamos fazendo essa prévia, estudando jogo a jogo, conversando com a direção, qual a melhor ideia de utilização de cada jogo – afirmou.
Guto Ferreira analisou os reforços contratados pelo Bahia. A prioridade da direção era manter a base que conquistou o acesso à Série A na temporada passada. Chegaram, ao todo, nove reforços até o momento: Matheus Reis, Wellington Silva, Armero, Edson, Matheus Sales, Zé Rafael, Allione, Diego Rosa e Gustavo.
O treinador elogiou os jogadores e disse que o clube traçou um perfil com nomes que desejassem crescer junto com o Bahia.
- A gente buscava qualidade. A gente trouxe muitos jogadores que vão acrescer a qualidade. Jogadores que tenham aspiração de crescimento. Trazer aquele jogador acomodado, que vai sentar em cima do contrato, não é o espírito. Estamos buscando jogadores que queiram crescer dentro do projeto. O grupo tem essa ideia de fazer um bom ano. Precisamos trazer quem tem fome. Fome de resultados, fome de desempenho. Através desse perfil, fomos buscar qualidade. Jogadores que possam se completar. Não existe jogador completo. Sempre tem alguém que vai dar um impulso. [...] Mas a gente sempre está buscando completar as características dos jogadores. A gente busca isso. “Ah, mas o grupo está fechado?”. Tem situações que na planilha é lindo, mas na prática não acontece. A gente espera chegar na prática e atingir o que visualizou. Acho que vai faltar alguma coisa, mas temos uma cara de time interessante. Claro que sempre vamos querer mais. Torcedor vai querer mais. Quando vencer por 1 a 0, vai querer que vença por dois. É o perfil do torcedor que quer sempre o melhor.
Autor: ,postado em 21/01/2017
Comentários
Não há comentários para essa notícia