O governo federal enviou à Câmara dos Deputados uma proposta para a Lei Orçamentária do Ano (LOA) para 2018 que promete afetar radicalmente o esporte brasileiro. De acordo com uma reportagem do site “UOL”, a verba para 2018 deve cair 87% em relação a 2017. O montante correspondente ao item “concessão de bolsas a atletas”, por exemplo, é de R$ 70 milhões. O Bolsa Atleta, cujo custo anual chega a R$ 130 milhões, se não for totalmente alterado, poderá até mesmo ser encerrado. O GloboEsporte.com ouviu vários atletas brasileiros, que repudiaram a situação.
David Moura, do judô, prata no Mundial da Hungria, falou sobre o assunto (Foto: Paulo Pinto/CBJ)
Medalhista de prata no Campeonato Mundial de Judô 2017 em Budapeste, na Hungria, na categoria pesos-pesados, o mato-grossense David Moura disse considerar a situação um absurdo. Ele afirmou estar triste com “penalização” de algumas áreas por conta da crise, como é o caso do esporte.
- Acho um absurdo! Entendo que em um momento de crise econômica a arrecadação governamental cai muito, sendo preciso realizar cortes de gastos em áreas que, embora importantes, não podem ser consideradas essenciais à vida em sociedade. Mas, me entristece ver que estas áreas (como a do esporte) são penalizadas antes de haver uma severa correção de verbas e benefícios recebidos por diversas classes de agentes públicos, contra os quais a população brasileira já se posicionou diversas vezes e as casas legislativas e a presidência da república parecem ignorar. Ao meu ver, estes deveriam ter sido os primeiros cortes, para então se pensar em cortes nas outras áreas. Acredito que retirar benefícios do alto rendimento pode impactar diretamente nas próximas gerações mudando drasticamente o futuro do esporte e da sociedade brasileira – comentou o judoca.
Prata nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, a paranaense Ágatha, jogadora de vôlei de praia, demonstrou preocupação com a possibilidade dessa queda brusca no investimento.
- Como a questão está em aberto, se isto realmente vai se concretizar... O que eu posso falar é que eu estou aqui torcendo para que não se torne realidade esta notícia. Já está difícil hoje em dia com o apoio do Ministério, imagine sem! E isso eu falo tanto em relação à Bolsa Atleta como ao apoio às Confederações, que diretamente nos proporcionam estrutura para competirmos - avaliou.
Ágatha na época da Rio 2016 com Bárbara - hoje ela é parceira de Duda (Foto: Reuters)
O Ministério do Esporte, por sua vez, emitiu um posicionamento oficial.
- Esses valores constam na previsão inicial da Lei Orçamentária Anual. O Ministério do Esporte tem trabalhado junto ao Congresso Nacional para elevar o orçamento da pasta previsto para o próximo ano - dizia a mensagem.
Autor: ,postado em 11/09/2017