segundo semestre de Willian Farias certamente não foi como ele esperava. Em julho, sofreu uma lesão no ligamento colateral medial do joelho, com prazo estipulado para recuperação de três semanas. Só que esse prazo jamais se cumpriu. Entre idas e vindas no departamento médico, o volante, capitão e líder do elenco rubro-negro, perdeu mais de dois terços do Campeonato Brasileiro – a última partida que disputou foi contra o Atlético-GO, na 12ª rodada. Não pôde ajudar a equipe na luta para permanecer na elite nacional e isso o deixou frustrado.
Durante pouco mais de 30 minutos, Farias falou sobre tudo. Da campanha ruim dentro de casa à interferência política no clube; dos “blocks” em torcedores que invadem seu perfil no instagram com comentários desrespeitosos ao processo eleitoral pelo qual o Vitória passou nesta semana; da lesão às críticas ao departamento médico do clube. Principalmente sobre essa última parte.
- Ninguém sabe o trabalho que é feito ali. Todo mundo só olha de fora. O departamento do Vitória desde janeiro, com Dátolo, que é contestado. Mas, realmente, não sabe o trabalho que é feito ali. Não sabe que o fisioterapeuta vai até o Natal, até o Ano Novo comigo para fazer o tratamento. É um trabalho sério, são pessoas sérias e competentes para fazer o que é feito. Só que cada ser humano é um ser humano. Não é matemática exata, que daí a quatro meses você está pronto e acabou. Você pode ter uma intercorrência. Eu não acho que eu deveria ter operado antes - declarou.
A situação de Willian Farias levantou dúvidas a respeito do trabalho feito pelo departamento médico do clube, afinal, o jogador teve prazos de retorno não cumpridos e bateu e voltou no DM. O próprio Farias, no entanto, chegou a desobedecer orientações médicas na ânsia de voltar a campo para ajudar os companheiros. E as decisões, como a de optar por um tratamento conservador em vez da cirurgia logo que se lesionou, foram tomadas em conjunto.
Confira abaixo a entrevista completa com Willian Farias, que recebeu a equipe do GloboEsporte.com em sua casa, ainda de muletas, resultado da cirurgia realizada há cerca de 15 dias.
Eu queria que você fizesse uma avaliação do ano de 2017?
Começou o ano com uma expectava grande pelas contratações que o clube estava fazendo. Até tinha memes na internet. Não só aqui na Bahia, mas a nível nacional, o Vitória ficou bem em evidência. Criou uma expectativa em todos pelas contratações que estava tendo e pela maneira que as situações estavam sendo conduzidas. A gente começou o Campeonato Baiano muito bem, por mais que ganhasse de 1 a 0 alguns jogos. Estava vencendo. Eram os mesmos três pontos que ganhasse de 10. Então, pra mim, não tinha diferença nenhuma. O que a gente queria era nosso objetivo de conquistar as vitórias. Um pouco contestado por esses resultados curtos pela expectativa que foi criada. Um pouco estressante, pra mim, o primeiro semestre, porque no Vitória o capitão do time tem que fazer muita coisa no sentido do clube, controlar alguns jogadores, deixar à vontade, controlar no sentido de estar ajudando, mostrando como o clube funciona. Perdi um pouco desse respaldo porque em 2016 eu vivenciei uma situação dentro do clube e, em 2017, eu estava apresentado o clube que era de 2016. Em 2017 aconteceu tudo ao contrário do que a gente estava demonstrando para os jogadores. Me senti um pouco sobrecarregado nesse aspecto de liderança chamar a responsabilidade, entrevista, o que tive que falar, mudança de treinador em momentos cruciais em meu modo de ver como atleta, quem tinha que conduzir o time erámos nós, jogadores. O capitão do time é o seguinte: por mais que a situação esteja ruim, você tem que estar sempre sorrindo, mostrando que você está forte, e muitas vezes, por dentro, você está arrebentado. E eu estava assim. Primeiro semestre para mim foi muito desgastante nesse sentido de liderança. Jogando até que estava tranquilo. Ia lá, fazia meu papel, ajudava da melhor maneira possível, como sempre. Vocês também devem entender que o lado que chamou mais atenção foi o extracampo, e não dentro de campo. Ou, às vezes, alguma coisa negativa que estava acontecendo dentro de campo era algo que vinha de uma diretoria, de uma política do clube.
Essa interferência ficou muito clara, não é?
Muita clara. Vocês entendem isso também. Tudo que estou falado aqui você já sabe. Para mim foi desgastante nesse aspecto. Muita gente não sabe porque acha que é só entrar ali e jogar futebol e pronto. Obviamente que eu fui contratado para isso, né? Mas eu sempre me entreguei e vivenciei cada momento do clube. Ano passado o clube participou de eleição, você fica querendo saber quem é o presidente, o novo diretor, aí tem uma transição, uma mudança muito grande no clube. Os funcionários olham para você e não sabem se vão continuar no clube. E olham pra quem? Olham pro capitão. Me senti um pouco sobrecarregado.
No começo do Brasileiro, uma transição dentro do clube, mudança, diretor, treinador, a gente não sabia para onde correr. Eu, sinceramente, estava perdendo as forças no sentido mental. Você via as coisas acontecendo e não podia.... Porque é simples funcionário. Ao mesmo tempo, se perdesse um jogo, caía em cima do capitão: “Ah, porque não comando o time dentro de campo”, isso, aquilo. Então, foi difícil. E logo em seguida minha lesão. No momento em que muitos falaram que eu tinha problema com Petkovic, que eu estava indo pro Inter, uma mudança geral no departamento de futebol, comissão técnica. Foi aí que o clube mudou. Você já viu que o resultado está aí, que a gente conseguiu a permanência.
Minha lesão ali me atrapalhou muito, a vontade de jogar. Muitas vezes eu quis antecipar minha volta para poder ajudar. Eu separo em três situações isso aí, essas minhas “relesões”. Eu separo em três situações. Uma foi a chegada do Mancini, eu já estava machucado, tinha toda especulação de Internacional, todo mundo falando que eu estava de má vontade, estava chinelinho, dando “migué”. Daí você fica chateado. Nos primeiros seis meses, estava dando a vida pelo clube, chegava em casa estressado, não dormia direito, não conversava direito com a minha família porque era algo que desgastava. E aí você escutar isso do próprio torcedor do Vitória, é uma situação um pouco chata. E eu queria ajudar muito. O primeiro ponto é esse. Quando o Mancini chegou, eu quis voltar. Quando ele chegou, organizou tudo o clube. O que no começo da temporada, você tinha que bater o escanteio e cabecear, tinha que jogar, cuidar de coisas fora do campo, isso, aquilo... Com o Mancini era só jogar futebol porque já estava tudo organizado.
Ele meio que absorveu e blindou o elenco...
Blindou o elenco. Junto com uma pessoa que, no meu modo de ver, faz o clube andar, que faz o clube ficar organizado, realmente estar nos trilhos, é o Mário Silva. O Mário Silva e o Mancini, junto com o próprio diretor, junto com o Paulo Catharino (presidente do Conselho Deliberativo), que depois assumiu, com o presidente, que era vice e acabou ficando ali com a gente, eles organizaram de uma maneira e blindaram nosso elenco que a gente só se preocupava em jogar futebol. Isso aí foi fundamental. Minha primeira situação era essa. Eu queria voltar porque “agora que está bom de jogar, e eu fora”. Acabei voltando antes do tempo e tendo uma “relesão” que foi pior que a primeira. Na primeira, ela só tinha rompido o ligamento colateral parcialmente, grau 2 para 3. Quando eu voltei a treinar, rompi total. Aí tive que ficar mais um tempo parado. Nesse momento, recuperando, recuperando, quando estava na fase de transição pra voltar novamente, pintou uma situação que Ramon tinha tomado terceiro amarelo, não tinha um volante, eu falei “Agora é a hora de eu poder ajudar e tentar voltar”. Aí senti de novo porque tentei antecipar uma situação. E a última foi a da Ponte Preta, todo mundo falando que eu era louco: “Você vai voltar agora? O Vitória pode ser rebaixado, tanto tempo sem jogar, voltando de lesão. Não, você está maluco”. Até minha esposa. Eu tinha treinado toda a semana, feito três coletivos, me sentindo muito bem. Fisicamente melhorando a cada dia. Pessoal falando “você é maluco, não deve ir por jogo não”.
Você acha que foi loucura?
Não. Sabe o que me condicionou a jogar? Não foi o Mancini que falou: “Pô, Willian é o capitão do time, então vamos colocar ele”. Não. O que me condicionou a jogar foi o treinamento. Todo mundo viu. Obviamente que tem a questão física. Isso eu que estou dizendo. Conhecendo meu corpo, eu não conseguiria jogar os 90 minutos. Mas boa parte, com certeza, eu conseguiria jogar.
Você sentia que estava firme [o joelho]?
Sentia. E aí, todo mundo falava: “Você é maluco”. Eu não tenho medo de jogar. Independente do que possa acontecer, eu quero jogar. No aquecimento do jogo, fui virar o pé num lance e senti de novo. Aquilo ali foi um balde de água fria para mim, porque você fica meio que sem saber o que fazer. Você já tentou de tudo para melhorar, treinei bem durante a semana, que foi o que me condicionou a jogar... Não é porque eu sou amigo do Mancini, porque a gente ajudou ele ano passado, que ele me escalou. Foram os treinos durante a semana. Eu fiquei chateado. Outra coisa que acontece dentro do vestiário. Quando eu cheguei, eu disse: “Pô, agora vou para o banco, então pelo menos vou estar ali gritando dentro do banco”. Aí o Mário Silva falou que não podia ir para o banco, senão contaria como uma substituição. Nem para o banco eu pude ir, cara. Na hora que o Vitória mais precisava. Mas a minha vontade de jogar era muito maior do que o medo de me machucar ou o medo de o Vitória ser rebaixado ou o medo de que não conseguisse jogar o tempo todo.
Esse segundo semestre para você foi bem difícil. Além da questão pessoal, de não poder jogar, você não podia ajudar o time em campo.
Exatamente. Eu queria estar lá ajudando. Ainda mais que o clube vivia um outro momento na temporada, diferente do primeiro turno. Pô, cara, você queria estar... Eu estava na hora do filé, e na hora da picanha eu estou fora. São coisas de aprendizado. Em momento nenhum eu pensei na minha saúde. Só pensava no Vitória, em poder ajudar. Os médicos se viam loucos comigo porque muitas vezes eu não obedecia o que me passavam, mas era mais porque eu queria jogar.
Me explica como funciona essa relação. Você disse que queria voltar e muitas vezes acabou antecipando o retorno. A orientação médica era para você segurar um pouco e era uma decisão sua antecipar? Como funciona isso?
É uma decisão conjunta. O tempo... Assim como foi passado o tempo [de recuperação] da primeira lesão: três semanas. Em três semanas, eu senti de novo. Isso criava expectativa para mim. Quando se falava em tempo, ah, beleza. Mas eu pensava somente em tempo; não pensava na parte clínica e física. Isso me atrapalhou. As decisões sempre são tomadas em conjunto. Na última lesão que eu tive, eu fiz uma ressonância na sexta-feira, para ver se estava tudo bem. Estava cicatrizada, estava tudo ok, podia ir para o jogo. E aí aconteceu isso. A gente optou por fazer uma cirurgia, que não é uma cirurgia comum. Do menisco é mais comum. Mas a do colateral, nunca é feita sozinha, só ela. Sempre cito o caso do Norberto, que há dois anos, aqui no clube, ele rompeu o ligamento cruzado e o colateral. No procedimento que foi feito o cruzado, eles aproveitaram e fizeram o colateral. Nunca é uma cirurgia individual. Mas a gente optou em fazer porque optamos os procedimentos normais e não deu certo.
Você acha que essa cirurgia poderia ter sido feita antes? Acabou sendo no final da temporada...
É uma decisão que também é tomada em conjunto. O doutor é especialista, Wilson. É um cara que eu confio nele. Não só nele, mas em todo o departamento médico do Vitória, que é muito contestado. Ninguém sabe o trabalho que é feito ali. Todo mundo só olha de fora. O departamento do Vitória desde janeiro, com Dátolo, que é contestado. Mas, realmente, não sabe o trabalho que é feito ali. Não sabe que o fisioterapeuta vai até o Natal, até o Ano Novo comigo para fazer o tratamento. É um trabalho sério, são pessoas sérias e competentes para fazer o que é feito. Só que cada ser humano é um ser humano. Não é matemática exata, que daí a quatro meses você está pronto e acabou. Você pode ter uma intercorrência. Eu não acho que eu deveria ter operado antes. Até porque, você fazendo a operação, ainda mais no momento que o clube vivia. Foi dado três semanas. Para cicatrizar eram dois meses, quando você tem uma relesão é totalmente outra maneira de fazer o tratamento porque agravou e tal. Não acho (que tinha que operar antes). Quando acabou o ano pra mim, falei; “Pô, agora acho que é o momento. Não vou mais jogar esse ano, independente disso ou daquilo. Vamos optar pela cirurgia”. O tratamento convencional é menos tempo de recuperação. E a gente tentou. Infelizmente acabei sentindo novamente, e a gente optou pela cirurgia.
Quando conversei com Wilson [Vasconcelos, médico do Vitória], ele falou justamente isso, que as decisões eram em conjunto, que ele orientou que fosse feito um tratamento conservador porque a cirurgia acabava sendo em último caso...
Sim, a cirurgia é invasiva, que eles falam. Você tem que ficar um tempo sem pisar no chão, um tempo maior de recuperação. Antes eu tinha que ficar dois meses, agora são quatro meses. Tem que ter um cuidado maior. Não que não tenha quando você faz um tratamento convencional, mas é mais simples de tratar. A cicatrização, nesse período eu fiz umas 20 ressonâncias, de você ir lá, passar duas semanas e “vamos ver como está agora”. Passava mais duas semanas e vamos fazer mais uma: “Pô, está bem melhor do que como estava”. Passava mais duas semanas... Não aguentava mais ir lá e fazer ressonância. A mulher olhava pra mim “Joelho direito, né?”. Já sabia tudo. Sempre brincando com o pessoal. Todas as vezes que fiz a ressonância, estava melhor que a outra. Tem algo que eu e você etmos a mesma lesão. Teu organismo de recuperar antes que o meu. Cada pessoa é uma pessoa. Do teu cuidado, do teu próprio organismo. Eu conversei com algumas pessoas que falaram que a lesão é chata mesmo. Se não fizer nada, se ficar em casa, ela só vai recuperar daqui a dois, três meses. Com o tratamento do clube diminui esse tempo. Mas tem o tempo mesmo do ser humano, do biótipo, do organismo das pessoas.
Toda essa entrega, todo esse sacrifício que fez pelo clube, é por conta do profissionalismo ou identificação que tem com o Vitória?
Os dois, cara. Os dois. Eu disse há um tempo atrás e até recebi um quadro, cara, de uma pessoa aqui. Postei até no Instagram a foto desse quadro. Eu estava no Cruzeiro, nenhum clube me quis, e o Vitória abriu as portas para mim. Tem uma frase minha... Eu disse isso. Tem até um quadro com essa frase na minha estante.
Então... o Vitória abriu as portas para mim, quando nenhum clube me queria, entendeu? Então você enfrenta isso de uma maneira diferente, cara. A própria identificação do torcedor, eu em campo; sempre pensei no Vitória. Não é por amor, tipo... todo mundo fala: “Ah, você faz isso por amor só agora”. Não, cara. É identificação, é você gostar do clube, é a família se sentir bem aqui, é você ter amor pelo que você faz. Eu gosto de jogar futebol, cara. Não tenho medo de nada e meu pensamento nesse período é e sempre foi o Vitória. É como eu falei anteriormente: eu nem pensei em minha saúde. Hoje, eu estou pensando [na saúde], porque eu tenho muito para jogar ainda, bastante boca para alimentar, então hoje eu estou pensando na minha saúde esse período aí, nesse momento difícil. Contra o Flamengo? Eu estava operado há quatro dias, mas estou lá, estou junto, estou apoiando, entendeu? Profissionalismo também, estar jogando, podendo ajudar. Você é o capitão do time, não é? Então as pessoas já te olham de outra maneira ali no vestiário quando você está dando apoio, tudo isso conta no clube. Lógico que na tua pergunta é um pouquinho de tudo. A identificação que tenho com o Vitória, com o torcedor; muita gente falando que eu estava de “migué”, mas o Vitória tem três milhões de torcedores, meia dúzia não representa a torcida do Vitória. Meia dúzia vai ali, fala o que quer, vai no Instagram e comenta, aí o outro pensa: “Poxa, parece que é verdade, vou comentar também”.
Você bloqueia os caras?
Minha tolerância é zero, não é? Falou m... ali, eu bloqueio e nunca mais vai poder falar comigo. Às vezes eu respondo. A maioria fala: "Ah, eu sou seu fã, queria te ver jogando”. Tem até coach, cara. “Você está de chinelinho!”. "Pô, cara, um coach falando isso aí que você está falando?" Aí o cara falou assim: “Ah, mas aqui não é o coach que está falando, é o torcedor do Vitória”. Respondi de cara: “Pois é, mas quem está falando aqui é o pai de família, é o profissional, porque o jogador mesmo nem te responde... está nem aí para você”.
Mas eu fico tranquilo, cara. Eu criei [o instagram] exatamente para existir um vínculo com o torcedor. Não para ficar esnobando, falando que estou em tal lugar... Não, é para um vínculo com o torcedor. Assim como eu tenho respeito pelo torcedor do Vitória, eu quero que o torcedor me respeite também. Eu fico chateado pelo que aconteceu com o Uillian Correia. Maior sacanagem que tem, bicho. O cara se entrega em campo, deu a vida pelo Vitória dentro e fora de campo. Aí, por causa de um lance, os caras querem matar ele, velho. Se acontecesse o pior os caras iam matar ele, velho. Poderia ir no condomínio... Pô, velho... eu não vou nem falar. Os caras têm memória curta, etc. É como a profissão de vocês aí. Se escrever algo que não agrade, os caras vão ficar falando o tempo todo. “Ah, você escreve isso porque torce para o Bahia”, “ah, você escreve isso porque você torce para o Vitória”, “ah, você é Jacuipense”, enfim... Se não for algo do interesse deles na matéria, sempre vão “cornetar”. Vocês não conseguem agradar a todo mundo, imagina nós.
Você nesse processo ficou mais na arquibancada, vendo o jogo, mas ainda assim é jogador, entende o que esá se passando lá no campo. O que acontecia com o Vitória dentro de casa?
Fora de casa a responsabilidade era do adversário, então eles saiam e a gente lutava por uma bola, cara. A gente esperava o adversário. No Barradão a gente tinha que propor o jogo. Nossa torcida é um pouco impaciente. Alguns jogadores eu acho que sentiram a pressão que vinha das arquibancadas. A gente sabe a hora que a torcida do Vitória está apoiando ou a hora que a paciência está acabando. Esse é meu pensamento: dentro de casa a gente tinha que propor o jogo, já fora de casa era um jogo totalmente diferente... O adversário vinha para cima. Haja vista os gols que nóis fizemos, né cara? Contra o Flamengo, contra o Corinthians. Todo mundo fala em transição, mas é um contra-ataque, saída rápida. O adversário nos proporcionava.
Eleições no Vitória, um novo panorama. O que você espera para o próximo ano?
O clube organizado, que nos blinde. Não era nem para esperar. Já era para existir isso. Essa identidade, esse profissionalismo. Um clube do tamanho do Vitória não era para existir isso, esse amadorismo que vinha tendo nos últimos tempos. Já era pra ser identidade do Vitória. Torço para uma identidade. Creio que vai dar certo sim, cara. Não precisa nem mudar muito, basta continuar com a linha que foi garantida na segunda metade desse ano e já está ótimo. A gente tinha o respaldo do Paulo Catharino e isso é importante... algo que venha de cima é importante. Resultados refletem no campo.
Deve voltar ali em março, pegar o Baiano e a Copa do Nordeste em andamento. O que o Willian espera do ano de 2018?
Individual ou coletivo?
Os dois.
No coletivo que a gente consiga os títulos que são próximos da gente, que é o Nordeste e o Baiano. E a que a gente faça um Brasileiro equilibrado, sem justo. No individual, que eu consiga voltar a jogar, a ter minha saúde 100%, que eu tenho muito para ajudar o Vitória, a somar com os outros jogadores. Não vejo a hora de dar um carrinho em campo, de tomar um amarelo. Tenho saudade de vivenciar momento, estádio cheio. Seis meses aí... Mas é isso aí. Enquanto eles estão de férias, eu estou trabalhando aqui. Tenho certeza que o homem lá de cima não dorme, está de olho em quem está trabalhando, e eu sempre trabalhei honestamente, vou continuar trabalhando. Eu costumo dizer que não tem como dar errado. Não tem como dar errado. Você trabalha honestamente, trabalha, se não mais que os outros, trabalha igual, não tem como dar errado.