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Opinião: operação K9 vira mico, e Vitória tem prejuízo com Kieza


 Opinião: operação K9 vira mico, e Vitória tem prejuízo com Kieza

Potencial para ídolo, artilheiro e motivo de provocação ao torcedor do maior rival. Em março de 2016, Kieza foi anunciado pelo Vitória com pompa de estrela. Era a “Operação K9”, que contou com texto inspirado em histórias de espionagem, assinatura de contrato relâmpago, recepção de torcedores no aeroporto e apresentação com festa em palco montado no campo do Barradão. Tudo foi feito com muito alarde, com a expectativa de que o atacante repetisse o futebol apresentado com a camisa do Bahia e se tornasse a estrela da equipe rubro-negra. Quase dois anos se passaram. Kieza não virou ídolo, não foi artilheiro, e o Vitória é que virou alvo de provocação da torcida rival.

Ao lado de André Catimba, Kieza foi apresentado no Barradão com pompa de estrela (Foto: Rafael Santana) Ao lado de André Catimba, Kieza foi apresentado no Barradão com pompa de estrela (Foto: Rafael Santana)

Ao lado de André Catimba, Kieza foi apresentado no Barradão com pompa de estrela (Foto: Rafael Santana)

Antes festejada, a “Operação K9” se mostrou um grande mico. No último fim de semana, Kieza deixou a Toca do Leão com destino ao Botafogo. O Rubro-Negro aceitou liberar o jogador sem qualquer compensação financeira, mas terá 35% dos direitos econômicos de um atacante de 31 anos, já sem mercado para os grandes centros do futebol muncial. Ao Vitória, restou um misto de bronca e alívio. Se não conseguiu fazer dinheiro com Kieza, ao menos se livra de um jogador que tinha alto salário e não correspondia em campo.

Ao torcedor do Vitória, deve ser doloroso lembrar: Kieza foi contratado em 2016 em negociação que envolveu o pagamento de quase R$ 4 milhões ao São Paulo, que ficou ainda com parte dos direitos econômicos de Ruan Café e Geovane. Na ocasião, o acordo foi criticado por torcedores, uma vez que o Rubro-Negro abria mão de uma das suas principais promessas das categorias de base, com histórico de convocação para a seleção brasileira sub-17, para contar com um jogador de 29 anos, que dificilmente daria retorno financeiro. E a negociação feita com o Botafogo mostra que a torcida tinha razão. O investimento não foi recuperado, e Geovane, que poderia dar retorno técnico ao Leão, atualmente defende as cores do clube paulista.

 
A apatia em campo foi um dos principais problemas de Kieza com a camisa do Vitória (Foto: Maurícia da Matta / EC Vitória / Divulgação) A apatia em campo foi um dos principais problemas de Kieza com a camisa do Vitória (Foto: Maurícia da Matta / EC Vitória / Divulgação)

A apatia em campo foi um dos principais problemas de Kieza com a camisa do Vitória (Foto: Maurícia da Matta / EC Vitória / Divulgação)

Além de investir muito para tirar Kieza do São Paulo, o Vitória ofereceu ao atacante um salário alto. Conforme tabela de vencimentos vazada em 2017, o gasto mensal com o atacante era de aproximadamente R$ 215 mil. Com 13º e férias, o Rubro-Negro baiano comprometeu aproximadamente R$ 5 milhões nos últimos dois anos. Dessa forma, Kieza custou, até o momento, entre salários e investimento inicial, mais de R$ 9 milhões, valor fora dos padrões para o Vitória, que tem orçamento modesto em comparação a outras equipes da Série A, e bastante elevado para um jogador que disputou 80 partidas e marcou 25 gols pelo Leão, média de 0,3 gol por jogo.

Além do aspecto financeiro, Kieza esteve longe de corresponder em campo. A apatia foi uma das principais características do atacante com a camisa rubro-negra. Nos jogos, era comum que torcedores reclamassem da falta de combatividade, da omissão tática e falta de vibração. Às vezes, Kieza parecia estar fora de sintonia. Sequer corria para ajudar na recomposição da equipe. Foi assim no último jogo do Campeonato Brasileiro de 2017, contra o Flamengo, quando ele foi substituído debaixo de vaias. Foi assim também nos primeiros jogos da temporada 2018.

Kieza sai do Vitória sem deixar saudades. Como disse, existe um misto de alívio, com a folga salarial e a possibilidade de investir melhor para repor a lacuna, e bronca, com custo-benefício do atacante. A “Operação K9” era para ter aspectos de história de espião, mas virou apenas um drama que, para o torcedor rubro-negro, se arrastou mais do que deveria.

Autor: ,postado em 01/01/2018


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