Já a Série C terá neste ano praticamente um Nordestão. E com times que nas últimas temporadas estão comumente, pelo menos, figurando na Série B. Casos de Náutico, Santa Cruz, Sampaio Corrêa e ABC. Em 2018, os três nordestinos que disputaram o mata-mata do acesso - Náutico, Santa Cruz e Botafogo-PB - caíram para seus adversários, e nenhuma equipe da região conseguiu ascender. A situação mais crítica de um grande do Nordeste é a do América-RN, que continua no inferno do futebol, habitando a Série D do Campeonato Brasileiro.
Com tanto nordestino na Série C, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) precisou quebrar a cabeça para definir os grupos da terceira divisão de maneira regionalizada. Mas preferiu colocar todos os nordestinos no Grupo A e deslocar Remo e Paysandu para jogar no Grupo B, onde majoritariamente estão as equipes do Sul e Sudeste no país. Dessa forma, a chave terá ABC, Botafogo-PB, Confiança, Ferroviário, Globo FC, Imperatriz-MA, Náutico, Sampaio Corrêa, Santa Cruz e Treze.
A segunda divisão nacional começou a ser disputada em 1971, quando o Campeonato Brasileiro - com esse nome - começou a ser jogado. O nome do que naquela época era a Série B era Campeonato Nacional de Clubes da Primeira Divisão. A Série A naquele ano se chamou de Campeonato Nacional de Clubes.
Em 1971, o Villa Nova-MG bateu o Remo e ficou com o primeiro título reconhecido pela CBF da segunda divisão. As duas equipes, no entanto, não subiram para a Série A do ano seguinte.
Em 1972, chamado de Campeonato Nacional de Clubes da Segunda Divisão, a Série B foi disputada apenas por clubes do Nordeste. Quem se sagrou campeão foi o Sampaio Corrêa, que bateu o Campinense na decisão. Depois disso, a segunda divisão nacional ficou até 1979 sem ser disputada, em virtude do inchaço na primeira e única divisão nacional, que seguiu até o fim da década de 1970.
A competição retornou em 1980, com o nome de Taça de Prata. O Londrina se sagrou campeão daquele torneio. A Taça de Prata sobreviveu até 1985. No ano seguinte, foi disputado um Torneio Paralelo, uma espécie de segunda divisão, já que definiria o acesso para a elite, àquela época, chamada de Copa Brasil. Central de Caruaru, Criciúma, Inter de Limeira e Treze venceram seus grupos e subiram. A CBF, no entanto, não considera aquela competição como Série B e não conferiu a nenhum dos times o título nacional.
Em 1987 veio a polêmica Copa União. A competição foi disputada em módulos. Os módulos Azul e Branco foram vencidos por Americano-RJ e Operário-MS, e os dois times tiveram o direito de permanecer na segunda divisão no ano seguinte. A CBF também não considera as duas equipes como campeãs da Série B.
Nos dois anos seguintes, a Série B voltou a ser disputada e considerada como a segunda divisão nacional pela CBF. Dessa vez sob a nomenclatura de Divisão Especial. O Inter de Limeira venceu em 1988 e o Bragantino levou a taça em 1989. Em 1990, o torneio assumiu de vez o nome de Segunda Divisão. O Sport foi quem se sagrou campeão e se tornou o segundo nordestino a ter o título em sua galeria.
A competição esteve na ativa até 1992. No ano seguinte, o torneio novamente não constou no calendário do futebol nacional. É que, em 1992, 12 clubes subiram da segunda para a primeira divisão, e a Série B de 1993 foi cancelada. Foi disputado um extenso torneio qualificatório para a segunda divisão de 1994, o qual foi considerado a Série C daquele ano.
No ano do tetra brasileiro na Copa do Mundo, a Série B retornou. Agora com o nome Série B, que vigora até os dias atuais. O Juventude foi o grande campeão daquele ano. A competição seguiu até 2000. Foi o ano em que aconteceu a Copa João Havelange e, como a Copa União, a competição foi formatada em módulos. O Módulo Amarelo foi uma espécie de segunda divisão e foi vencida pelo São Caetano, que se classificou para a fase final do campeonato.
O Azulão chegou, inclusive, até a final do torneio e perdeu o título para o Vasco. A CBF, no entanto, não considera o time paulista, que venceu o Módulo Amarelo, como campeão da Série B, que, para a entidade nacional, não foi disputada naquele ano. Em 2001, a Série B retornou ao cenário e segue sendo disputada até hoje.
Em 37 edições disputadas e consideradas pela CBF como Série B, o Nordeste teve historicamente grande representatividade nessas competições. Mas até hoje só conquistou três títulos. O último em 2018, com o Fortaleza comandado por Rogério Ceni.
Além do Leão do Pici, já venceram a competição os nordestinos Sport e Sampaio Corrêa. O Rubro-Negro venceu em 1990, enquanto que a Bolívia levou a taça em 1972.
O CSA acumula quatro vice-campeonatos (1980, 1982, 1983 e 2018), o Santa Cruz três (1999, 2005 e 2015), o Náutico dois (1988 e 2011), o América-RN um (1996), o Vitória um (1992) e o Campinense também um (1972).
Os clubes que mais venceram a competição são cinco bicampeões, nenhum do Nordeste: Coritiba (2007 e 2010), Goiás (1999 e 2012), América-MG (1997 e 2017), Paysandu (1991 e 2001) e Palmeiras (2003 e 2013).
CONFIRA TODOS OS CAMPEÕES DA SÉRIE B
2 títulos
Coritiba (2007 e 2010), Goiás (1999 e 2012), América-MG (1997 e 2017), Paysandu (1991 e 2001) e Palmeiras (2003 e 2013).
1 título
Villa Nova-MG (1971), Sampaio Corrêa (1972), Londrina (1980), Guarani (1981), Campo Grande-RJ (1982), Juventus-SP (1983), Uberlândia-MG (1984), Tuna Luso-PA (1985), Inter de Limeira (1988), Bragantino (1989), Sport (1990), Paraná (1992), Juventude (1994), Athletico-PR (1995), União São João-SP (1996), Gama-DF (1998), Criciúma (2002), Brasiliense (2004), Grêmio (2005), Atlético-MG (2006), Corinthians (2008), Vasco (2009), Portuguesa (2011), Joinville (2014), Botafogo (2015), Atlético-GO (2016) e Fortaleza (2018), .