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Clube admite ação por dívidas e culpa antiga gestão; ex-presidente rebate


Clube admite ação por dívidas e culpa antiga gestão; ex-presidente rebate

A diretoria do Vitória se manifestou nesta segunda-feira sobre um processo movido pelo Banco Central que corre na Justiça Federal da Bahia para cobrar cerca de R$9,6 milhões em dívidas. Segundo a nota divulgada por meio do site oficial rubro-negro, assinada pelo presidente do clube, Carlos Falcão, a ação é resultado de ‘pagamentos e comissões realizadas em operações de transferências internacionais de atletas, que estariam em desacordo com as normas’ do Banco Central.

carlos falcão, vice-presidente do vitória (Foto: Renan Pinheiro/Arquivo Pessoal)Falcão diz que suposta irregularidade ocorreu em antiga gestão (Foto: Renan Pinheiro)
Na nota, Falcão afirma que as transferências ocorreram entre os anos de 1994 e 2000. A dívida inclui as vendas de atletas como Ramon Menezes e Vampeta. O valor das operações foi de mais de US$ 10 milhões, quantia que não teria sido depositada integralmente nas contas do Vitória, provocando um auto de infração por ‘por sonegação de ingresso de divisas relativas à venda dos atletas’.

Ainda no documento, Falcão destaca que a suposta irregularidade ocorreu durante a gestão de Paulo Carneiro e cita que o ex-presidente e o vice-presidente financeiro da época, Walter Nunes Seijo, foram acionados como corresponsáveis no processo movido pelo Banco Central.

A informação de que o Vitória era alvo de um processo milionário foi divulgada inicialmente pelo jornal Estado de São Paulo. A publicação afirma que o Banco Central tenta recuperar R$ 39,8 bilhões de multas cobradas de empresas, bancos liquidados ou em funcionamento e times de futebol. Conforme o Estadão, o Rubro-Negro possui a quarta maior dívida entre as agremiações, atrás de Paraná (R$30,9 milhões), Internacional (R$19,2 milhões), e Vasco (R$11,3 milhões).

Procurado pelo GloboEsporte.com, o ex-presidente Paulo Carneiro se mostrou surpreso pelo fato de existir uma cobrança por parte do Banco Central. Para ele, a missão de avaliar supostas irregularidades é da Receita Federal. Ainda assim, o ex-dirigente crê que o imposto não deveria ser cobrado e garante que, durante sua gestão, deu explicações sobre os questionamentos.

- Eu acho muito estranho que o Banco Central faça essa cobrança. Quem cobra é a Receita Federal, não o Banco Central. O que eu quero que fique bem claro é o seguinte: não existe imposto a pagar em transação de venda de atletas ao exterior. O imposto pode aparecer, mas é na contabilidade final da instituição. A venda de jogador é uma despesa a mais na receita total, que também inclui despesas com viagens, hospedagens... – disse.

- Eu vou te dizer. Na CPI do futebol, em 2001, o Banco Central fez uma investigação em todos os clubes. E o Vitória foi um dos clubes que mais vendeu jogador na década de 90. Eu posso garantir que explicamos tudo direitinho, respondemos a todos os questionamentos, mostramos os documentos das transações - complementou.
 
Por fim, bem ao seu estilo, o dirigente deixou claro que espera que a diretoria atual, da qual é opositor, resolva a situação.
 
- Eu quero que ele [Carlos Falcão] se vire. Pode colocar isso aí. Ele é quem tem que resolver. Nos 16 anos que eu presidi o Vitória eu não fui atrás de ex-presidente nenhum – disse ao GloboEsporte.com

Confira a nota divulgada pelo Vitória na íntegra:

"O Esporte Clube Vitória, considerando as recentes notícias publicadas na mídia local e repercutidas nacionalmente, sobre supostas dívidas existentes do clube com o Banco Central do Brasil, vem a público fazer os necessários esclarecimentos:
 
1 – Tramita perante a Justiça Federal da Bahia uma ação de execução promovida pelo Banco Central do Brasil, decorrente de pagamentos e comissões realizadas em operações de transferências internacionais de atletas, que estariam em desacordo com as normas da entidade;
 
2 – Essas transferências ocorreram entre os anos de 1994 a 2000 e correspondem à venda dos atletas Rodrigo, Ramon Menezes, Vampeta, dentre outros, aos clubes Valencia, Bayern e PSV.
 
3 – Segundo o Banco Central, o valor total dessas operações perfizeram o montante de US$10.900.00 (dez milhões e novecentos mil dólares), dos quais não foram numerários totalmente creditados em conta do clube, ou seja, não foram internalizados no Brasil, tendo por isto, sido instaurado um Auto de Infração “por sonegação de ingresso de divisas relativas à venda dos atletas” (sic).
 
4 – Naquele período exercia a presidência e a vice-presidência financeira do Esporte Clube Vitória, os Srs. Paulo Roberto Carneiro e Walter Nunes Seijo, respectivamente, que foram também acionados como co-responsáveis pelas apontadas operações de evasão de divisas;
 
5 – O Esporte Clube Vitória, através de sua diretoria jurídica, vem acompanhando cuidadosamente esse processo como o faz em todas as demandas que envolvem o Clube, valendo-se de todos os mecanismos jurídicos necessários para a defesa da instituição.
 
Atenciosamente,
 
Carlos Sergio Falcão
Presidente do Conselho Diretor"

Autor: ,postado em 04/02/2014


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