Estrategista, Petrúcio arranca no final e conquista terceira medalha nos Jogos

Estratégia. Tudo é uma questão de estratégia. O público presente no Estádio Olímpico não entendeu nada. Petrúcio Ferreira, logo ele, a grande sensação brasileira no atletismo dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, chegou na reta final dos 400m T47, para atletas com problemas nos membros superiores, em último lugar. Como assim? Calma. Tudo é questão de estratégia. Velocista, o brasileiro poupou forças e arrancos nos 150 metros finais. Passou um por um, ouviu o som da torcida no Engenhão aumentar gradativamente, e conquistou mais uma medalha na Paralimpíada. Prata! E que prata! Três provas, três pódios para o paraibano que tem menos de dois anos no esporte. O cubano Ernesto Blaco ficou com o ouro, e o austriaco Gunther Matzinger bronze (confira no vídeo acima).

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Se tivesse mais dois metros de prova, quem sabe não beliscava o ouro? Deixei até um friozinho no coração de muitos por estar em último e na reta final pensaram que eu não estava chegando. Vim pensando que ia chegar neles. Saio com a sensação de dever cumprido. Minha primeira Paralimpíada e saio com três medalhas no peito - disse o fenômeno brasileiro.
Petrúcio perdeu parte do braço esquerdo ainda garoto, aos dois anos, em acidente com uma máquina de moer capim, mas demorou para conhecer o esporte paralímpico. O futsal sempre foi sua paixão, até que um treinador identificou sua aptidão para o atletismo aos 17 anos.
Dois anos depois, o paraibano que perdeu a mão esquerda em uma máquina de moer capim em São José do Brejo da Cruz, no interior da Paraíba, surge como um dos grandes nomes brasileiros na Rio 2016. A prata nos 400m se juntou ao ouro nos 100m rasos, com direito a duas quebras de recordes mundiais, e ao segundo lugar também no revezamento 4 x 100m.

Autor: ,postado em 18/09/2016
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