Na chegada ao Bahia, o atacante Maikon Leite deixou claro que um dos seus objetivos no clube é “ser o jogador que sempre foi”. De início promissor no futebol, quando teve bons momentos por Santos, Palmeiras e Sport, Maikon teve presença regular nestes times e sequência de jogos. Algo bem diferente dos últimos trabalhos no Al-Shaab, dos Emirados Árabes Unidos, e Toluca, do México, onde teve passagens discretas. Contudo, pelo menos até o momento, pouco se viu no Bahia do Maikon Leite do início de carreira.
O atacante sofreu um estiramento do gastrocnêmico, uma musculatura atrás do joelho, em junho. Recuperado do problema, ele diz que já está em condição de entrar em campo e deixa a decisão nas mãos do técnico Jorginho.
- Acredito que estou apto. Trabalhei uns dias com bola, não senti nada onde tive a lesão. É esperar agora o momento e ser relacionado. Agora só depende do Jorginho. Estou trabalhando, me sentindo bem, sem dor. Agora é ver quando ele quer contar comigo. Estou pronto - garante.
Maikon Leite realiza treinamento no Fazendão (Foto: Felipe Oliveira/Divulgação/EC Bahia)
Mas a lesão não foi a única razão para o baixo aproveitamento de Maikon Leite no Bahia. Mesmo antes de se machucar, o atacante ocupou o banco de reservas e poucas vezes entrou em campo na temporada. O último jogo dele com foi contra o Vasco, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro, há quase dois meses. Contratado em fevereiro, Maikon participou de nove jogos pelo Tricolor, dois como titular. Ao todo, foram 252 minutos em campo e nenhum gol marcado.
No dia da apresentação do atacante como novo reforço do clube, o diretor de futebol do Bahia, Diego Cerri, deixou claro que Maikon Leite passaria por um período especial de preparação antes de estrear. À época, o diretor justificou a decisão pelo nível de trabalho físico realizado pelo jogador fora do Brasil. Por isso, o atacante fez sua estreia um mês depois da apresentação, em março, contra o Paraná, pela Copa do Brasil. Maikon Leite acredita que a sua condição física foi a principal dificuldade na chegada ao Bahia.
- Prejudica para qualquer jogador porque o futebol brasileiro tem toda uma estrutura de fisioterapia, trabalho físico. Fora, eles não pensam muito nisso. Jogador precisa disso e, quando vai ver, ficou para trás. Quando voltei para o Bahia, pelo projeto, eles me abraçaram. Independente de ter jogado muito ou pouco, tenho que agradecer ao Bahia. E agora é voltar ao meu 100% para poder brigar por posição e jogar. [...] Não estava 100%, problema de adaptação ao Brasil, fiquei quase dois anos fora. Estava precisando ganhar força. Em alguns momentos, o clube em decisões, o Guto teve outras opções e eu tive que esperar o momento. Agora voltou só o Brasileiro, que é outro tipo de situação, outro treinador, tive o problema. É como eu falei. Passou, são coisas do futebol. Agora estou pronto e espero poder voltar a jogar
Apesar do período especial de preparação física, Maikon Leite não conseguiu retomar o nível de exibição de outros tempos e regularmente frequentou o banco. Logo depois da estreia contra o Paraná, o então técnico do Bahia, Guto Ferreira, justificou a decisão de manter Maikon Leite na reserva.
- Vejo o resultado do dia a dia. Porque, se eu colocar e ele não der a reposta, a crítica vem sobre mim. “Se não estava bem, por que colocou?”. Faço com que chegue no patamar que possa ajudar... - explicou o treinador.
A situação de Maikon Leite não melhorou com o tempo, e ele seguiu no banco de reservas. Mesmo após a chegada do técnico Jorginho, o atacante continuou pouco aproveitado. Além do jogo contra o Vasco, quando entrou em campo pela última vez, Maikon foi relacionado para outras seis partidas do Brasileirão. Em todas foi preterido pelos demais atacantes do grupo.