Sabe aquela história de "envelhecer anos em alguns dias"? É mais ou menos o que passou a renovada seleção brasileira feminina de vôlei esta semana. Repleto de jogadoras que ainda iniciam sua caminhada com a camisa do time principal do Brasil, o jovem grupo montado pelo técnico José Roberto Guimarães superou uma prova de fogo na última etapa da fase de classificação do Grand Prix, em Cuiabá. Precisando vencer os três jogos para evitar uma eliminação precoce, a equipe aguentou a pressão, evoluiu a cada partida e alcançou o objetivo ao passar com autoridade por Bélgica, Holanda e as eternas rivais dos Estados Unidos. Mais maduro, o time, que segue em busca de uma nova identidade, embarca com moral para a Fase Final do torneio, que será disputada na China, entre os dias 2 e 6 de agosto.
- Acho que toda essa dificuldade que a gente passou, até o último momento, dá uma condição diferente para o time. Saímos de uma situação de quase desclassificados, aquela coisa de todo dia ter que olhar para a pontuação, os adversários, fazer conta. E quando você passa, o time cria força com isso. Entende que pode sair de situações difíceis. Até porque a gente passou a jogar melhor, isso é notório. O pessoal sabe que a gente vai incomodar - avaliou Zé Roberto.Sem poder contar com nomes como Sheilla e Fabiana, que anunciaram aposentadoria da seleção após a Rio 2016, Thaísa e Gabi, que estão machucadas, ou Dani Lins, afastada com planos de ser mãe, o treinador teve que promover uma grande renovação no elenco para esta temporada. São apenas duas remanescentes da última Olimpíada: Natália e Adenízia. Outra referência é Tandara, ouro em Londres 2012. Todas as demais são jogadoras que ainda buscam se firmar com a camisa amarela, como a jovem ponteira Rosamaria, a levantadora Roberta, a central Carol e a líbero Suelen.
O início do time no Grand Prix foi bastante irregular. Duas vitórias sem convencer muito contra Bélgica e Turquia e uma derrota para a Sérvia na primeira etapa. A semana seguinte começou com um ponto alto: o troco na forte Sérvia na abertura da segunda etapa. Porém, na sequência, o Brasil voltou a jogar mal, não conseguiu apresentar resposta à escola asiática e sofreu derrotas inesperadas para Tailândia e Japão.
Apenas em sétimo na tabela - somente os cinco primeiros avançavam -, a seleção chegou a Cuiabá para a última etapa da fase de classificação sob forte pressão. Para tornar a situação ainda mais complicada, entraram ainda o cansaço e a falta de tempo para treinar por conta da maratona de viagens entre Turquia, Japão e Brasil.
Sem poder pensar em voltar a perder, o time entrou nervoso para o reencontro com a lanterna Bélgica, mas esquentou com o passar da partida e venceu bem por 3 sets a 0. Veio então o primeiro grande teste, contra a embalada Holanda, que vinha de três vitórias seguidas. Mais um triunfo, desta vez, jogando muito bem na maior parte do jogo: 3 sets a 1. As combinações de resultados dos outros grupos ajudou a aumentar a pressão e o Brasil entrou para encarar a forte seleção dos Estados Unidos no último jogo sendo obrigado a vencer para se classificar. Mais uma vez, atuação madura e dominante, e novo placar de 3 sets a 1.
- Isso é bastante positivo para a gente. Começamos o Grand Prix muito mal. A segunda etapa foi desastrosa. Mas fomos nos recuperando. As derrotas também serviram de alerta para o que precisamos fazer para o futuro em preparação e treinos - completou Zé Roberto.
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