O momento não era bom. Em meio a maior crise política e financeira da história da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), a seleção foi formada às pressas para o Mundial de Budapeste, com apenas 16 atletas na natação. Com um leque grande de veteranos e apenas três com menos de 25 anos, a delegação terminou o Mundial com cinco medalhas na piscina, um ouro e quatro pratas. Nas águas abertas, foram três medalhas, um ouro e dois bronzes, todos com Ana Marcela Cunha. Na Rússia, no Mundial de 2015, foram quatro pódios, duas pratas e dois bronzes, na piscina, e três nas águas abertas (um ouro e dois bronzes). O país encerrou sua participação na competição na Hungria em 10º lugar no quadro geral de medalhas geral e em 9º no da natação. Em Kazan, foi 13º e 14º, respectivamente.
Revezamento 4x100m livre do Brasil comemora a prata (Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA)
Uma questão importante é que o Brasil ainda depende muito das provas não olímpicas, que não fazem parte do programa dos Jogos, casos dos 50m costas(Etiene Medeiros foi ouro), 50m peito (João Gomes foi prata) e 50m borboleta (Nicholas Santos foi prata). Nas águas abertas, Ana Marcela foi bronze nos 5km e ouro nos 25km, duas competiçõesque também não fazem parte da agenda olímpica.- É positivo, é um espaço que a gente conquistou (provas não olímpicas). Nunca valeu tanto uma medalha de prova não olímpica em um Mundial. É um espaço novo que nós conquistamos. Queremos manter, mas nosso desafio é fazer a transição para as provas olímpicas - disse Ricardo Prado, coordenador geral da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA).
Alexandre Pussieldi, comentarista do SporTV e blogueiro do SporTV, elogiou o desempenho dos atletas brasileiros, mas ressaltou que as provas não olímpicas não costumam ser o foco das principais portências.
- O resultado foi muito positivo, principalmente comparando com os últimos campeonatos. Não só nas medalhas, como também em melhoras de tempos de cada atleta. As provas não olímpicas fazem um esporte diferente. A prova não olímpica não gera o mesmo interesse dos outros países, Nós temos uma cultura que nos especializamos em provas não olímpicas. O Brasil é o único país do mundo que tem três campeonatos nacionais com provas de 50m (não olímpicas). Temos que focar mais no que é o programa olímpico - opinou.
O revezamento 4x100m livre, que voltou ao pódio em um Mundial depois de 24 anos, Bruno Fratus, vice-campeão mundial dos 50m livre com o melhor tempo da vida, e Ana Marcela, terceira nos 10km, foram as medalhas em provas que estão no programa olímpico.