Após eliminação no Baiano, Chamusca lamenta, diz que culpa não é só do treinador
Que fase vive o Vitória. Na tarde deste domingo, o clube amargou mais uma eliminação melancólica e precoce: perdeu a chance de disputar as semifinais do Campeonato Baiano, depois de perder para o Flu de Feira por 2 a 0 no Barradão [assista aos melhores momentos da partida no vídeo acima]. No início da temporada, a equipe já tinha dado adeus à Copa do Brasil, ainda na primeira fase da competição.
Após a partida, a expectativa girava em torno da entrevista coletiva de Marcelo Chamusca. De semblante fechado, o treinador se posicionou em frente aos jornalistas e procurou explicar o que aconteceu dentro de campo. Questionado sobre sua permanência à frente do time, o treinador foi evasivo: defendeu que decisões como esta não sejam tomadas de cabeça quente.
- Depois do jogo, é muito prematuro falar com vocês [jornalistas] em relação ao meu futuro. Meu estado emocional agora, e de tudo que vem acontecendo... Sem conseguir vencer, tenha certeza que essa estatística que estou vivendo no Vitória é muito triste e me traz um desgaste emocional. Em todas as equipes que trabalhei, os números foram superiores a esses. Vamos esperar amanhã, a gente senta, conversa. Temos que ouvir o clube também. Situação difícil para tomar qualquer decisão, né? No calor do jogo, eu não concordo. Eu acho que precisa ter tranquilidade. Existe um contexto onde o torcedor está sedento por cabeças na bandeja, mas acho que isso precisa ser feito com calma. Até em respeito aos profissionais.
Chamusca ainda se preocupou em deixar claro que a culpa do mau rendimento do Vitória não é apenas do treinador, mas também do elenco e da diretoria. O treinador afirmou que as coisas não vêm acontecendo e avaliou que o Rubro-Negro foi superior ao Flu de Feira neste domingo.
- Não existe, em um momento como esse, a culpa. Existem os culpados. Todos nós. Eu como treinador, pela minha incapacidade de conseguir os objetivos do clube. A diretoria, que me contratou e contratou os jogadores. Os atletas, que, dentro do campo de jogo, têm responsabilidades. Não existem certos culpados. Todos nós somos, pela incapacidade e incompetência. Primeiro, contra o Juazeirense, depois contra o Atlético, e hoje contra o Fluminense. Não adianta eu fazer levantamento de estatística. É cortina de fumaça. Fomos superiores em todos os aspectos. A minha cota de responsabilidade nesse momento... Se tem alguém que trabalha nesse clube por resultados, sou eu. Infelizmente, as coisas não vêm acontecendo. Hoje tivemos o controle, mas tomamos o gol cedo. No segundo tempo, o Ronaldo não pegou na bola, mas no final do jogo, erramos os gols ali, fizemos pressão... Nada disso foi suficiente para transformar o resultado final do jogo. Assumo minha responsabilidade - afirmou.
Ao falar sobre a montagem do elenco, Chamusca voltou a destacar que as responsabilidades precisam ser divididas. Ele lembrou que parte do elenco de 2018 foi mantida e admitiu que deu aval a algumas das contratações feitas nesta temporada.
- Eu participei de algumas, avaliei outras [contratações]. Não participei de todas. Uma boa parte dos remanescentes tinha contrato com o clube, e eu não tive nenhuma participação nisso. Até por questão de análise financeira. Atletas foram mantidos, outros foram contratados com minha chegada, e outros foram contratados com meu aval. Tenho minha responsabilidade junto àqueles que montaram o elenco. Comissão técnica, todo mundo. Sou comandante e jamais vou fugir da atribuição. Faço parte do contexto, que é difícil, e não tenho nenhuma vergonha. Tenho trabalhado muito aqui. Existe uma cultura onde o treinador tem que ser crucificado. O clube tem todo o direito de demitir o treinador, mas não pode só responsabilizar o treinador. O futebol não é só feito do trabalho do treinador - afirmou.
O Vitória volta a campo no próximo sábado, quando enfrenta o ABC em Natal, pela sétima rodada da Copa do Nordeste.
Confira abaixo outros trechos da entrevista de Chamusca
De saída?
- Eu não tenho condição emocional de falar em relação a isso [permanência ou saída]. Eu vim falar aqui sobre o jogo, minha leitura do jogo, assumir minha responsabilidade como treinador de futebol. Não tenho perfil de me esconder. Pelo contrário. Eu sempre tive muito êxito e sempre estive aqui com vocês. Responder dentro da minha opinião. Nunca tive a intenção de desrespeitar ou criar tipos de problemas. Quando eu quero me posicionar, sempre respeitei.
Contratações
- Nem o Felipão, do Palmeiras, vai pedir e contratar todos os jogadores. Muito menos eu no Vitória. A gente não contratou pela questão financeira, e isso é claro. Você faz proposta para um jogador, nem vou falar o nome, mas ele optou por jogar Série A. Você oferece 20, o outro oferece 40, você vai para onde? Não é por má vontade... Existe um mercado quando o jogador tem qualidade... Vários jogadores a gente não ganhou a queda de braço por questão orçamentaria. Tudo isso fez com que a gente perdesse os jogadores. Quando você contrata, ninguém veio aqui sem o meu aval. Alguns vieram indicados por mim. Eu assumo a responsabilidade.
Lançamento de jogadores da base
- Em relação à primeira pergunta: se teve um ano aqui no Vitória onde todos tiveram oportunidade, esse ano foi 2019, até pelo planejamento montado. Tivemos dois jogos com o sub-23, depois assumi na sequência. Teve dois jogos com equipe alternativa. O Luan Ferreira, Eron, Nickson, todos eles tiveram oportunidade de jogar. Mas eles não responderam, não tiveram performance. Eu não posso ficar seis meses dando oportunidade. Tomamos a decisão de colocar jogadores com experiência, um pouco mais cascudos. Existe uma atmosfera difícil nos nossos jogos, e, por mais que a gente tente nos nossos jogos, a gente comete determinados erros. O jogo que a gente precisa ganhar, a gente toma gol com um minuto. Respeito o comportamento da torcida por tudo que vem acontecendo. É um acúmulo de situações negativas. Ainda estou tentando buscar o melhor encaixe na equipe. Em relação ao Maurício [Cordeiro], ele se apresentou muito abaixo no começo da temporada. Depois que contratamos o Neto [Baiano], ainda tem o Léo [Ceará] e tem o Cléber. Nós usamos as opções por uma opção de critério.
Houve contato da diretoria para demitir?
- Atmosfera é a pior possível. Um quadro como esse é quase surreal. A atmosfera é muito negativa, carregada. É muito difícil vivenciar um momento como esse. Na minha chegada aqui, se criou uma grande expectativa, até por ser de Salvador e pelos trabalhos que fiz. Os resultados não estão acontecendo em competições diferentes, eliminações... Jogamos três jogos [os últimos três no Baianão], precisando ganhar apenas três pontos, e você não consegue isso. Hoje até empatando você classificava. É complicado. É difícil. Você vai falar o quê ao final do jogo? Eu entendo o sentimento de todos, mas não houve contato [da diretoria]. Quem conversou comigo foi o Alarcon Pacheco [diretor de futebol]. Mas não houve nenhum contato da diferente.
Falta de tempo para treinar e qualidade do elenco
- Em alguns momentos, mais tivemos condições de treinamentos interessantes, principalmente depois da eliminação na Copa do Brasil. Você não tem tempo para treinar, mas, depois disso [eliminação na Copa do Brasil], tivemos um tempo maior. Eu não posso falar de um jogo, aí eu falo de números... Tivemos 65% de posse de bola, 21 finalizações, e muito mais escanteios. No segundo tempo, nosso goleiro não pegou na bola. Você está satisfeito? Não. Mas nós não conseguimos transformar esses números. De maneira nenhuma eu vou, de forma covarde, falar que meus jogadores são desqualificados. Aqui dentro do nosso vestiário, eu não estava aqui ano passado.... Mas o nosso vestiário, enquanto o comportamento dos jogadores, eu não tenho o que falar. O que está faltando é capacidade e competência do treinador e dos jogadores.
Que fase vive o Vitória. Na tarde deste domingo, o clube amargou mais uma eliminação melancólica e precoce: perdeu a chance de disputar as semifinais do Campeonato Baiano, depois de perder para o Flu de Feira por 2 a 0 no Barradão [assista aos melhores momentos da partida no vídeo acima]. No início da temporada, a equipe já tinha dado adeus à Copa do Brasil, ainda na primeira fase da competição.
Após a partida, a expectativa girava em torno da entrevista coletiva de Marcelo Chamusca. De semblante fechado, o treinador se posicionou em frente aos jornalistas e procurou explicar o que aconteceu dentro de campo. Questionado sobre sua permanência à frente do time, o treinador foi evasivo: defendeu que decisões como esta não sejam tomadas de cabeça quente.
- Depois do jogo, é muito prematuro falar com vocês [jornalistas] em relação ao meu futuro. Meu estado emocional agora, e de tudo que vem acontecendo... Sem conseguir vencer, tenha certeza que essa estatística que estou vivendo no Vitória é muito triste e me traz um desgaste emocional. Em todas as equipes que trabalhei, os números foram superiores a esses. Vamos esperar amanhã, a gente senta, conversa. Temos que ouvir o clube também. Situação difícil para tomar qualquer decisão, né? No calor do jogo, eu não concordo. Eu acho que precisa ter tranquilidade. Existe um contexto onde o torcedor está sedento por cabeças na bandeja, mas acho que isso precisa ser feito com calma. Até em respeito aos profissionais.
Chamusca ainda se preocupou em deixar claro que a culpa do mau rendimento do Vitória não é apenas do treinador, mas também do elenco e da diretoria. O treinador afirmou que as coisas não vêm acontecendo e avaliou que o Rubro-Negro foi superior ao Flu de Feira neste domingo.
- Não existe, em um momento como esse, a culpa. Existem os culpados. Todos nós. Eu como treinador, pela minha incapacidade de conseguir os objetivos do clube. A diretoria, que me contratou e contratou os jogadores. Os atletas, que, dentro do campo de jogo, têm responsabilidades. Não existem certos culpados. Todos nós somos, pela incapacidade e incompetência. Primeiro, contra o Juazeirense, depois contra o Atlético, e hoje contra o Fluminense. Não adianta eu fazer levantamento de estatística. É cortina de fumaça. Fomos superiores em todos os aspectos. A minha cota de responsabilidade nesse momento... Se tem alguém que trabalha nesse clube por resultados, sou eu. Infelizmente, as coisas não vêm acontecendo. Hoje tivemos o controle, mas tomamos o gol cedo. No segundo tempo, o Ronaldo não pegou na bola, mas no final do jogo, erramos os gols ali, fizemos pressão... Nada disso foi suficiente para transformar o resultado final do jogo. Assumo minha responsabilidade - afirmou.
Ao falar sobre a montagem do elenco, Chamusca voltou a destacar que as responsabilidades precisam ser divididas. Ele lembrou que parte do elenco de 2018 foi mantida e admitiu que deu aval a algumas das contratações feitas nesta temporada.
- Eu participei de algumas, avaliei outras [contratações]. Não participei de todas. Uma boa parte dos remanescentes tinha contrato com o clube, e eu não tive nenhuma participação nisso. Até por questão de análise financeira. Atletas foram mantidos, outros foram contratados com minha chegada, e outros foram contratados com meu aval. Tenho minha responsabilidade junto àqueles que montaram o elenco. Comissão técnica, todo mundo. Sou comandante e jamais vou fugir da atribuição. Faço parte do contexto, que é difícil, e não tenho nenhuma vergonha. Tenho trabalhado muito aqui. Existe uma cultura onde o treinador tem que ser crucificado. O clube tem todo o direito de demitir o treinador, mas não pode só responsabilizar o treinador. O futebol não é só feito do trabalho do treinador - afirmou.
O Vitória volta a campo no próximo sábado, quando enfrenta o ABC em Natal, pela sétima rodada da Copa do Nordeste.
Confira abaixo outros trechos da entrevista de Chamusca
De saída?
- Eu não tenho condição emocional de falar em relação a isso [permanência ou saída]. Eu vim falar aqui sobre o jogo, minha leitura do jogo, assumir minha responsabilidade como treinador de futebol. Não tenho perfil de me esconder. Pelo contrário. Eu sempre tive muito êxito e sempre estive aqui com vocês. Responder dentro da minha opinião. Nunca tive a intenção de desrespeitar ou criar tipos de problemas. Quando eu quero me posicionar, sempre respeitei.
Contratações
- Nem o Felipão, do Palmeiras, vai pedir e contratar todos os jogadores. Muito menos eu no Vitória. A gente não contratou pela questão financeira, e isso é claro. Você faz proposta para um jogador, nem vou falar o nome, mas ele optou por jogar Série A. Você oferece 20, o outro oferece 40, você vai para onde? Não é por má vontade... Existe um mercado quando o jogador tem qualidade... Vários jogadores a gente não ganhou a queda de braço por questão orçamentaria. Tudo isso fez com que a gente perdesse os jogadores. Quando você contrata, ninguém veio aqui sem o meu aval. Alguns vieram indicados por mim. Eu assumo a responsabilidade.
Lançamento de jogadores da base
- Em relação à primeira pergunta: se teve um ano aqui no Vitória onde todos tiveram oportunidade, esse ano foi 2019, até pelo planejamento montado. Tivemos dois jogos com o sub-23, depois assumi na sequência. Teve dois jogos com equipe alternativa. O Luan Ferreira, Eron, Nickson, todos eles tiveram oportunidade de jogar. Mas eles não responderam, não tiveram performance. Eu não posso ficar seis meses dando oportunidade. Tomamos a decisão de colocar jogadores com experiência, um pouco mais cascudos. Existe uma atmosfera difícil nos nossos jogos, e, por mais que a gente tente nos nossos jogos, a gente comete determinados erros. O jogo que a gente precisa ganhar, a gente toma gol com um minuto. Respeito o comportamento da torcida por tudo que vem acontecendo. É um acúmulo de situações negativas. Ainda estou tentando buscar o melhor encaixe na equipe. Em relação ao Maurício [Cordeiro], ele se apresentou muito abaixo no começo da temporada. Depois que contratamos o Neto [Baiano], ainda tem o Léo [Ceará] e tem o Cléber. Nós usamos as opções por uma opção de critério.
Houve contato da diretoria para demitir?
- Atmosfera é a pior possível. Um quadro como esse é quase surreal. A atmosfera é muito negativa, carregada. É muito difícil vivenciar um momento como esse. Na minha chegada aqui, se criou uma grande expectativa, até por ser de Salvador e pelos trabalhos que fiz. Os resultados não estão acontecendo em competições diferentes, eliminações... Jogamos três jogos [os últimos três no Baianão], precisando ganhar apenas três pontos, e você não consegue isso. Hoje até empatando você classificava. É complicado. É difícil. Você vai falar o quê ao final do jogo? Eu entendo o sentimento de todos, mas não houve contato [da diretoria]. Quem conversou comigo foi o Alarcon Pacheco [diretor de futebol]. Mas não houve nenhum contato da diferente.
Falta de tempo para treinar e qualidade do elenco
- Em alguns momentos, mais tivemos condições de treinamentos interessantes, principalmente depois da eliminação na Copa do Brasil. Você não tem tempo para treinar, mas, depois disso [eliminação na Copa do Brasil], tivemos um tempo maior. Eu não posso falar de um jogo, aí eu falo de números... Tivemos 65% de posse de bola, 21 finalizações, e muito mais escanteios. No segundo tempo, nosso goleiro não pegou na bola. Você está satisfeito? Não. Mas nós não conseguimos transformar esses números. De maneira nenhuma eu vou, de forma covarde, falar que meus jogadores são desqualificados. Aqui dentro do nosso vestiário, eu não estava aqui ano passado.... Mas o nosso vestiário, enquanto o comportamento dos jogadores, eu não tenho o que falar. O que está faltando é capacidade e competência do treinador e dos jogadores.
Autor: ,postado em 18/03/2019
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