Pesca Solidária ajuda a preservar espécies ameaçadas de extinção
Patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental, projeto gera acordo de pesca no Ceará e no Piauí
Há um ano, pescadores do estuário dos rios Timonha e Ubatuba, na divisa entre o Ceará e o Piauí, têm discutido um modelo de pesca sustentável e participativo, com decisões compartilhadas. O ambiente, local de transição entre os rios e o mar, abriga espécies ameaçadas de extinção, como o peixe-boi marinho, a tartaruga marinha e o peixe mero, além de ser um importante berçário de peixes e crustáceos. Para ajudar a preservar este ecossistema, o Projeto Pesca Solidária, patrocinado pela Petrobras e gerido pela Comissão Ilha Ativa (CIA), reuniu pescadores e marisqueiros para redigir um acordo de pesca. O documento foi enviado ao Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio), órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, para análise.
Para construir o texto, os pescadores promoveram os chamados Encontros de Pesca do Timonha e Ubatubae definiram locais de pesca, levando em conta os refúgios de animais em extinção; temporadas de pesca, considerando a reprodução das espécies; espécies a serem pescadas, tendo em vista as que servem de alimento a outras espécies, assim como a eliminação da sobrepesca e da pesca de animais ameaçados de extinção. Os resultados foram bastante expressivos: "Desde que o projeto foi implantado, não houve mais relato de morte de animais ameaçados de extinção em consequência da pesca”, explica o coordenador do projeto, Chico Brandão.
Pesquisa, educação ambiental e geração de renda
O projeto Pesca Solidária atua em três frentes: pesquisa, educação ambiental e geração de renda. Na vertente da pesquisa, a proposta é a formação de um banco de dados sobre o estuário e os animais que ali se econtram. Para tanto, o projeto monitora a qualidade da água; a ocorrência de espécies no estuário; o comportamento e a reprodução do peixe-boi, espécie símbolo da região, além da chegada, do comportamento e da partida das aves migratórias.
No que diz respeito à geração de renda, são discutidas formas de incrementar a produção pesqueira em qualidade, mediante a adoção de técnicas mais eficazes de conservação do pescado. Além disso, são promovidos intercâmbios para que pescadores e marisqueiros possam conhecer melhores práticas.
Na área de educação ambiental, o projeto beneficia crianças e jovens do ensino fundamental e médio das redes pública e particular nas mais de 20 escolas da região. A proposta é a formação de multiplicadores do modelo de pesca sustentável.
“Ensinamos a todos a importância do estuário e de cada espécie que ali habita para o ecossistema. Eles aprendem a respeitar o período de desova e reprodução dos animais, os cuidados necessários com a água, que é um recurso cada vez mais escasso na natureza, a necessidade de haver um descarte adequado do lixo, para que não seja ingerido pelos peixes e os mate. Enfim,
Autor: ,postado em 27/02/2015
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