Mancini descarta peso financeiro para renovação: "Dinheiro não é problema"
Com o término da Série B do Campeonato Brasileiro, o Vitória pode concentrar agora todas as suas forças na definição do planejamento para 2016. Entre os itens a serem debatidos, estão as indefinições quanto à renovação de alguns jogadores, cujo vínculo termina em dezembro, além da permanência do técnico Vagner Mancini.
Após a partida contra o Santa Cruz, neste sábado, o treinador voltou a reforçar o desejo de permanecer no Rubro-Negro e destacou que o ponto a ser debatido com a diretoria não é a questão salarial, mas o projeto que será colocado em ação pelo clube na próxima temporada.
- Muita vontade [de ficar], tanto que já iniciamos as conversas. Óbvio que tem alguns ajustes a serem feitos, até porque não é só a parte financeira. Existem outras coisas. Não é uma exigência, mas quero muito que o Vitória tenha um planejamento, um projeto bem pensado, para não correr o risco de acontecer o que foi visto esse ano. Por isso está demorando um pouco. Acho que é uma exigência que cabe ao treinador para que a gente melhore a cada dia, o futebol do Vitória e a estrutura. Há o desejo dos dois para que eu permaneça - disse Mancini.
Para Mancini, é importante que o clube faça um planejamento para 2016 que englobe também estrutura e campo de treinamento.
- Até agora [o que está em negociação], tempo. Dinheiro ainda nem foi tratado. Dinheiro não vai ser problema, porque dois tostões a mais ou a menos não vão mudar. Acho importante que a gente defina uma série de coisas antes da parte financeira, elenco, estrutura, campo de treinamento, o que projeta para os meninos da base, a base do Vitória. Não é simplesmente sentar em uma hora e resolver tudo. Foi assim quando vim, aí acertamos a parte financeira. Mas já estou aqui há sete meses e quero a melhora do Vitória. Fui olhar e vi que o Vitória, dos últimos dez anos, ficou cinco na Série A. É muito pouco para o Vitória. É uma responsabilidade que eu e Anderson Barros [diretor de futebol] temos para que, em 2016, tenha uma estrutura bem montada, independente de minha permanência, para que o Vitória fique na Série A por um longo tempo, que é o que todos queremos.
Quanto à montagem do elenco para a próxima temporada, Mancini reconhece a necessidade de reforços, mas ressalta que é importante que o clube contrate atletas dentro da sua realidade financeira e não comprometa todo o seu orçamento - ponto que ele revela ser uma exigência da diretoria rubro-negra.
- O Vitória não pode, de maneira alguma, querer montar um time em cima da Série A. Esbarra na parte financeira. No início do ano, não tem a receita que tem a partir de maio. Então tem que sentar e ajustar. Acho importante que mantenha a base de atletas que estão aqui. Claro que vai ter mudanças, comigo ou não. Outros atletas vão chegar, mas temos de ter uma equipe forte para o ano que vem, dentro dos padrões do clube. Existe uma exigência da diretoria de pagar em dia, e isso é muito bom. Há a construção de uma série de coisas. Não é simplesmente quanto vão me pagar. Isso faz parte do passado do futebol. Hoje tem que ser diferente. Quero o melhor para o Vitória, que passou por dificuldades no campo e administrativamente. Hoje a gente tem a figura de Raimundo Viana e Manoel Mattos, dois homens que souberam lidar com uma situação muito adversa, faz parte de toda a conversa também a parte saudável do clube. Quero que todos entendam, para não acharem que estamos demorando. Estamos conversando de uma forma muito calma e coerente para que tudo dê certo.
Em sua terceira passagem pelo Vitória, Mancini também não escondeu o carinho pelo clube e avaliou as mudanças no Leão, desde a primeira vez que esteve à frente da equipe, em 2008.
- O Vitória representa muito para mim. Nunca escondi isso. Até quando estou em outras equipes, acompanho. Porque existe um carinho recíproco. Então não posso, de maneira nenhuma, deixar de acompanhar o time que me deu oportunidade lá atrás. Claro que hoje eu evoluí, assim como o Vitória. A vida é evolução constante. Neste momento, vejo o Vitória muito melhor do que estava em 2008, 2009, com um quadro de funcionários muito bom, que não perde para nenhum time de porte financeiro maior. Hoje o clube tem um dia a dia muito interessante, uma estrutura humana muito boa, parte médica, de fisiologia, análise de sistema, campo, comissão técnica bem montada. Tudo faz com que a gente acredite que o Vitória pode dar um salto. O salto não vai ser em 2016, mas pode ser o início em 2016. É obrigação, como fiz antes, que algumas coisas que eu cobrava antes do time - e fui muitas vezes encarado como um chato, mas eu tenho que fazer esse papel, porque quero a melhora da estrutura. Espero que seja o começo, porque estou vendo o esforço da diretoria, que teve dificuldades e hoje está ajustando o clube, assim como Anderson faz um trabalho que muita gente não vê, mas está no nível dos melhores executivos do Brasil, um trabalho que tem de se solidificar. Para isso, essa junção Raimundo Viana, com Manoel Mattos, com Mancini e Anderson Barros tem que sentar e discutir. Porque o carro-chefe do Vitória é o futebol. Existem outras modalidades que sabemos, mas o carro-forte é o futebol.
Autor: ,postado em 30/11/2015
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