Sem "apego" ao título de 2013, Brasil estreia no Mundial com a Coreia do Sul
No calor da conquista, em 2013, Morten Soubak dizia viver um sonho. Não conseguia acreditar que uma seleção sul-americana havia quebrado a ordem natural da história. Pela primeira vez um país das Américas havia conquistado o Mundial de handebol. Dois anos depois, as meninas do Brasil chegam ao Mundial da Dinamarca como campeãs do mundo e começam neste sábado, dia 5, diante da Coreia do Sul, uma caminhada ainda mais complicada: a busca pelo bicampeonato. Cabeça de chave do Grupo C, sediado na cidade de Kolding, o Brasil duela contra a escola asiática às 17h30 (de Brasília), no ato inicial de uma primeira fase que promete fortes emoções e muitas dificuldades. Por isso, deixar para trás tudo que foi vivido na Sérvia se faz necessário e Morten já alertou suas jogadoras para isso.
Todos os jogos da seleção brasileira serão transmitidos ao vivo pelo SporTV. O assinante do Canal Campeão também pode acompanhar de onde quiser pelo SporTV Play. OGloboEsporte.com acompanha em Tempo Real os jogos.
- Eu não penso no título de 2013. Eu penso no grupo atual e estou me focando em como nós podemos fazer o melhor em qualquer atividade nossa, seja em treino, amistosos, Pan, Mundial. E o grupo tem que pensar igual. O que já foi feito já era. Temos buscar e pensar nos próximos passos para conquistar novos gols. Sempre ouvi que repetir um título é o mais difícil. O bi é mais difícil. Então é isso que nós vamos tentar conquistar. Este Mundial eu acho ainda mais forte do que nunca - garante Morten Soubak.
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Para Morten, ter a Coreia do Sul pela frente logo na estreia não foi bom negócio. As rivais foram campeãs mundiais em 1995 e bicampeãs olímpicas em 1988 e 1992. Ou seja. O esporte é tradicional por lá, mas ao mesmo tempo fica restrito dentro do país, sem intercâmbio com outras seleções. O sorteio da tabela do Grupo C foi motivo de piada entre os treinadores, lembra o dinamarquês.
- Confesso que todos os outros treinadores riram para mim quando o Brasil saiu para enfrentar a Coreia do Sul na estreia. Temos algumas informações delas, mas não são muitas. É uma seleção que joga em velocidade, que tem um estilo de jogo completamente diferente, e ninguém queria enfrentá-las primeiro, justamente por não saber como elas irão jogar. Então, era melhor observá-las em um primeiro momento - explica o comandante brasileiro.
De fato, o torneio promete ser o mais disputado em longo período. A Federação Internacional de Handebol (IHF) decidiu convidar para o Mundial as seleções da Sérvia (vice-campeã contra o Brasil) e a Alemanha, que está no grupo brasileiro e não haviam se classificado dentro de quadra. Completam o Grupo do Brasil a poderosa França, campeã mundial em 2003, Congo Democrático e a Argentina.
- Eu penso que todas as seleções aqui têm nível para chegar longe. Fica difícil falar em favoritos. De 2009 para agora, contando Mundiais, Olimpíadas e Europeu, só a Noruega se manifesta como um equipe que sempre chega longe. Depois disso Espanha, Dinamarca e Montenegro aparecem bem nos últimos sete anos, mas temos ainda França, Alemanha, Coreia do Sul, Rússia, Romênia, Polônia, Holanda, Hungria, a Sérvia, Suécia, todas com nível altíssimo - explica Morten.
QUATRO SELEÇÕES AVANÇAM POR GRUPO
O regulamento do Campeonato Mundial coloca as 24 equipes divididas em quatro grupos de seis. Os quatro primeiros de cada chave avançam para as oitavas de final, onde os confrontos passam a ser eliminatórios. É aí que o Mundial mostra-se complicado para o Brasil. O Grupo C conta com quatro campeões mundiais: França, Brasil, Coreia do Sul, além da Alemanha. Ou seja, fica imprevisível dizer quem conseguirá as primeiras colocações para a fase eliminatória, quando o Grupo D, com as fortes Espanha, Romênia, Noruega e Rússia, cruza com a chave brasileira.
- O Mundial é sempre bem pesado. Eu acredito que a França, Alemanha e Coreia do sul, agora, já na nossa estreia, vão nos dar muito trabalho. Mas eu vejo que o nosso problema maior será no próximo cruzamento, onde vamos encontrar outras grandes equipes como Noruega, Romênia, Rússia ou Espanha - diz a pivô Dani Piedade, de 36 anos e mais experiente da seleção.
DUDA VÊ ESTREIA COMO JOGO MAIS DIFÍCIL
No último Mundial, Brasil e Coreia do Sul não se encontraram. As coreanas caíram nas oitavas de final para a Sérvia, que avançou até a decisão contra a seleção brasileira. O último confronto pela competição foi em 2005, com vitória do Brasil por 29 a 28, com dez gols da ponta Alê. A falta de jogos diante das asiáticas e o estilo diferente do handebol delas, mais veloz e menos físico, dificulta a partida.
Além disso, as asiáticas chegam em um bom momento. Garantiram vaga para o Rio 2016 ao vencer a qualificatória do continente vencendo o Japão sem dificuldades. Para a armadora Duda, melhor jogadora do mundo, o confronto é complicado.
- Todos serão rivais complicados, mas acredito que o jogo contra a Coreia do Sul será o mais difícil de ganhar, pois o estilo delas é muito diferente das outras equipes. Elas jogam em velocidade, não estão dentro da escola europeia, que estamos acostumadas, e isso pode complicar um pouco - argumenta Duda.
Autor: ,postado em 05/12/2015
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