Gols incríveis, zebra, choro e campeão de "sempre": o Mundial em dez fotos
O Mundial de handebol da Dinamarca terminou neste domingo com 12 mil pessoas tomando a Arena de Herning e um novo campeão. A Holanda caiu diante da poderosa Noruega por 31 a 23 e viu as rivais manterem a hegemonia do mundo e da modalidade. De quebra, a Espanha, vice campeã do Europeu, garantiu vaga no Rio 2016. Foram 16 dias de competição, 76 jogos contando a primeira fase e o mata-mata e muitos capítulos foram escritos na história do handebol. Gols incríveis, como o da capitã da seleção brasileira Dara, do meio da quadra, diante da França. Zebras inesperadas, como a chegada da Holanda nas finais. Teve também muito choro, como nas eliminações dos favoritos Brasil e Dinamarca, e claro, a consagração das norueguesas. O GloboEsporte.com faz a retrospectiva do torneio em dez fotos que lembram os momentos que marcaram o Mundial.
GOL NO ÚLTIMO SEGUNDO
Atual campeão do mundo, o Brasil chegou na Dinamarca como um dos favoritos ao título. Mas logo no primeiro jogo do Grupo C ficou claro que a vida não seria fácil. A seleção ficou atrás do marcador o tempo todo diante da Coreia do Sul, mas não desistiu em momento algum. O time perdia por 24 a 23 até os segundos finais, e teve a última bola da partida. Faltando apenas três segundos, a ponta Alê Nascimento recebeu na ponta e com um segundo para o estouro do cronômetro, deu um salto lindo para marcar o gol de empate. Ali, dava para perceber que esse Mundial seria de fortes emoções.
PAIXÃO PELO ESPORTE
O slogan do Mundial de handebol era "The Heart of handball" (O coração do handebol). De fato, a Dinamarca, que inventou a modalidade, é apaixonada pelo esporte. Os ginásios das quatro cidades-sede (Herning, Kolding, Naestved e Frederikshawn) receberam bom público em praticamente todas as partidas. Os jogos da Dinamarca em Herning, então, eram um show à parte. Hino à capela, 12 mil pessoas nas arquibancadas e muita festa. O Mundial esteve na capa dos principais jornais locais, nos telejornais e em cartazes espalhados em restaurantes e bares. A competição mostrou mais uma vez a paixão do dinamarquês pelo esporte que rivaliza com o futebol pelo número um de preferência entre o povo.
GOL DE DARA DO MEIO DA QUADRA
O Brasil avançou como o primeiro colocado do Grupo C do Mundial. Mas precisou sofrer para conseguir isso. O duelo foi contra a França, e acabou decidido na última bola, em uma sequência incrível de lances. Com o placar em 19 a 19, o Brasil teve um tiro de sete metros faltando menos de 20 segundos. Célia foi lá e fez 20 a 19. Na saída de bola, a França usou a goleira-linha e faltando oito segundo conseguiu marcar com bola na ponta, empatando em 20 a 20. O placar dava às francesas o primeiro lugar do Grupo C. Só que Dara tinha uma carta na manga. Ela correu para o centro da quadra e pediu a bola para a goleira Babi. Sem ninguém no gol francês, ela arremessou dali mesmo e faltando quatro segundo deu a vitória ao Brasil por 21 a 20. Ali, os brasileiros acordavam para o Mundial de handebol.
GOLEIRAS SOFREM COM BOLADAS NA CARA
Ser goleira de handebol não é fácil. As brasileiras Babi e Mayssa sabem muito bem disso. No Mundial da Dinamarca, praticamente todas levaram ao menos uma bolada na cara, principalmente em bolas arremessadas da ponta, quando as jogadoras saltam em direção ao gol e arremessam frente a frente das goleiras. Foi assim no jogo entre Dinamarca e Romênia, pelas quartas de final, quando as arqueiras Sandra Toft e Paula Ungureanu levaram fortes arremessos no rosto. Sandra, inclusive, ficou fora do restante do Mundial por conta disso. Não faltou coragem às goleiras na Dinamarca, mas o sofrimento foi grande...
AS MUSAS DA HOLANDA
A Holanda fez história ao chegar na final do Mundial de handebol. Mas não encantou apenas pelo que fez em quadra. Várias das jogadoras do time aparecem sempre em listas das mais belas da modalidade, e elas não fogem do rótulo de "time de musas". Jessy Kramer, Cornelia Groot, Estavana Polman, Sanne Van Olphen, Cornelia Broch, Tess Wester, Angela Malestein, Lois Abbingh, entre outras, roubaram corações na Dinamarca até com dancinhas.
ROMÊNIA SURPREENDE E ELIMINA O BRASIL
Invicto desde o Mundial de 2011, quando havia perdido para a Espanha nas quartas de final, a seleção brasileira chegou para as oitavas de final contra a Romênia como favorita. Era a primeira colocada do Grupo C e encarava a quarta do Grupo D. Mas as romenas jogaram com o coração, se entregaram em quadra e viram do outro lado um Brasil passivo, sem a vibração dos outros jogos. Com dificuldade no ataque e na defesa, a seleção brasileira sofreu para igualar o jogo, chegou a estar perdendo por apenas um gol, mas se despediu de forma precoce da competição. E chorou. Coube ao técnico Morten Soubak consolar o grupo, que dava adeus ao sonho de ser bicampeão.
DINAMARCA CHORA QUEDA NAS QUARTAS
Empolgadas após a classificação para as quartas de final com a vitória sobre a Suécia, as dinamarquesas chegaram para o confronto contra a Romênia, que já havia eliminado o Brasil, cheias de confiança. E fizeram um jogo épico contra elas. O placar ficou em 27 a 27 no tempo normal, com Cristina Neagu, da Romênia, perdendo um tiro de sete metros no segundo final que poderia dar a vitória ao seu time. Na prorrogação, faltando cinco segundos, as romenas conseguiram o gol da vitória, triunfaram por 31 a 30 e mais uma vez derrubaram um favorito, fazendo a Dinamarca inteira chorar uma derrota inesperada.
CRISE NO BRASIL
A queda do Brasil no Mundial de handebol foi sofrida, mas a derrota para a Romênia não foi o maior dos problemas na Dinamarca. O técnico Morten Soubak deu diversas entrevistas reclamando da estrutura brasileira e do trabalho da modalidade em solo nacional. As declarações não foram bem vistas pela Confederação Brasileira de handebol (CBHb) e o presidente Manoel de Oliveira chamou a atitude do técnico de inconsequente. Morten preferiu o silêncio depois disso, mas uma crise interna foi aberta na seleção feminina depois disso.
NORUEGA SEGUE PODEROSA
A Noruega venceu mais um Mundial e segue como dona do handebol feminino. Desde Londres 2012, começo do ciclo olímpico para o Rio de Janeiro, a Noruega só não conquistou o Mundial de 2013, justamente quando o Brasil foi campeão. Fora isso, conseguiu completar a "tríplice coroa", com um bicampeonato dos Jogos (2012), o Europeu de 2014 e agora o Mundial em 2015. Desde 1994, a Noruega só deixou de estar na final do Europeu feminino de handebol na competição disputada em 2000. Foi campeã em 1998, 2004, 2006, 2008, 2010 e 2014, e vice-campeã em 1996 e 2012. Nas Olimpíadas, foi medalha de prata em 1988 e 1992, e vem de um bicampeonato olímpico em Pequim e Londres. Ainda foi bronze em 2000. Em Mundiais, ganhou sua primeira taça em 1999 e voltou a triunfar em 2011, em São Paulo. Também foi vice-campeã em 1997, 2001 e 2007.
Autor: ,postado em 21/12/2015
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