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Aos 45, Tenório luta para fechar ciclo 100%, com sexta medalha em 6 Jogos


Aos 45, Tenório luta para fechar ciclo 100%, com sexta medalha em 6 Jogos

Um é pouco, dois é bom, seis é demais. Aos 45 anos, o judoca Antônio Tenório se prepara para disputar sua sexta Paralimpíada, tendo medalhado em todas as edições que participou. Ouro em Atlanta 1996, Sydney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008 e bronze em Londres 2012, o paulista de São José do Rio Preto não aceita outro resultado na Rio 2016 que não seja a sexta medalha, independentemente da cor. Tenório luta neste sábado na categoria até 100kg masculina, a partir das 10h na Arena Carioca 3 - as finais serão na segunda sessão, a partir das 15h30. Considerado uma referência pela maioria dos atletas de esporte de luta (tanto olímpicos quanto paralímpicos),  o veterano confirmou que não estenderá a carreira até Tóquio 2020.

- Representar bem o meu país numa Paralimpíada já é uma grande honra, só que eu quero chegar ao pódio. A cor da medalha não interessa. Quero disputar luta a luta para ver onde consigo chegar. O Tenório que chega para o Rio é um Tenório mais maduro, com 45 anos e na sua última Paralimpíada. Tenho também mais um Mundial e depois eu paro de lutar. Não vou estar em Tóquio - disse o judoca. 

Tenório descobriu o judô aos sete anos, quando ainda enxergava. Aos nove, começou a competir e não demorou muito a se destacar entre as crianças da sua categoria. Aos 13 anos, porém, o paulista sofreu o acidente que mudou a sua vida. O jovem judoca brincava com amigos quando teve o olho esquerdo atingido por uma semente de mamona, o que causou descolamento de retina e o deixou cego deste olho. Seis anos mais tarde, uma infecção no olho direito o deixou totalmente sem visão. Como já era atleta desde a infância, Tenório não teve muita dificuldade para se adaptar para o judô de cegos, o que, segundo o atleta, contribuiu para a longevidade da sua carreira.

Antônio Tenório judô Paralimpíada Pequim 2008 (Foto: Divulgação/CPB)Tenório em ação na Paralimpíada de Pequim 2008. Paulista é tetracampeão dos Jogos (Foto: Divulgação/CPB)

- Sempre fui atleta desde os sete anos de idade. Comecei a minha vida competitiva aos nove, então foi só manter o nível de treinamento depois da mudança para o judô paralímpico. Essa vida regrada contribuiu para que eu chegasse aqui hoje. Também tenho um grupo de trabalho muito bom, que me mantém em forma. Tenho nutricionista, preparador físico e um clínico geral que cuida da minha saúde - contou. 

Com vasta experiência acumulada nos muitos anos de carreira, Tenório tenta conter a empolgação por participar da primeira Paralimpíada disputada na América Latina. Centrado, ele diz que os atletas não podem entrar no clima de euforia da torcida.

- Vejo o fator casa com muita tranquilidade, mas também com muito cuidado para não se deixar empolgar pela torcida. A torcida ajuda, mas se você se deixar levar acaba saindo algo inadequado - destacou.

Precursor do judô paralímpico no Brasil, Tenório crê que terá sucessores à altura quando parar de competir. Um deles é o carioca Wilians Silva, atual número 1 do mundo na categoria acima de 100kg, cujas disputas também serão neste sábado. Outros judocas elogiados pelo veterano são Arthur Cavalcante e Abner de Oliveira, ambos da divisão de peso 73kg.

Antônio Tenório judô paralímpico (Foto: Buda Mendes/Getty Images)Paulista perdeu a visão de um olho ao ser atingido por uma semente de mamona (Foto: Buda Mendes/Getty Images)

- Temos vários Tenórios surgindo. O Willians, que está lutando por medalha, é um deles. Temos também o Arthur, o Abner e no grupo feminino temos uma menina fortíssima que é a Alana Maldonado (68kg). A renovação do judô brasileiro está muito boa. Acho que os Jogos Paralímpicos vêm mostrar a força do esporte paralímpico em geral, que nós não somos reabilitação e sim esporte de alto rendimento - destacou. 

A motivação por disputar a sua última Paralimpíada contrasta apenas com uma decisão. Apesar de elogiar os investimentos em esporte promovidos pelo Governo Federal nos últimos anos, Tenório ressaltou que o país cresceu pouco no quesito acessibilidade desde que conquistou o direito de sediar os Jogos, em 2009.

- Vejo o Governo Federal com muita vontade de incentivar os atletas, mas as políticas públicas de acessibilidade ainda são pequenas, infelizmente. Mas, apesar disso, sigo motivado para lutar. Quando subo no tatame, sei que estou lutando por um Brasil melhor. E quando subo ao pódio, tenha a certeza de que estou representando todos os 15% de brasileiros com alguma deficiência - finalizou.

Autor: ,postado em 10/09/2016


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