Após sexto pódio, Tenório desabafa: "Foi um cala-boca para muita gente"
A medalha de prata no peito pesava meio quilo, mas tirava uma carga enorme das costas de Antônio Tenório. Aos 45 anos, a lenda do judô teve de superar obstáculos da falta de suporte no caminho para sua sexta medalha em Paralimpíadas. Depois da conquista deste sábadonos Jogos do Rio de Janeiro, o atleta desabafou.
- Essa medalha tem o gosto da virada. Tive vários problemas no começo do ano. Fiquei praticamente sem patrocínio. Isso foi um cala-boca para muita gente. Perdi o patrocínio do Estado de São Paulo, que alegou não ter recurso. No ano paralímpico? Nunca vi uma coisa dessas. Isso foi motivo de faltar algumas coisas para minha preparação. Graças a Deus deu tudo certo - disse Tenório.
O judoca contava com o suporte financeiro do Time São Paulo, projeto da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência. A verba foi cortada, só restou o Bolsa-Atleta do Ministério do Esporte. Para competir, o tetracampeão paralímpico ficou dependendo do apoio da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV), que conta com patrocínio da Infraero. No entanto, faltou recursos para algumas necessidades do dia a dia.
- Tive amigos que me ajudaram, como os professores do Projeto Futuro. Faltou suplementação. Fizemos até campanha nas redes sociais para conseguir suplementos.
Antônio Tenório pretende continuar competindo pelo menos até 2018. Depois disso, ele vai reavaliar com sua equipe a viabilidade de competir nos Jogos de Tóquio, em 2020. Diz que só vai ao Japão se com 49 anos tiver condições de defender bem o país e brigar pela sétima medalha.
Autor: ,postado em 11/09/2016
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